Opinião de Hilary O’Shea, cofundadora da empresa de outsourcing Otonomee
À medida que a Otonomee continua a crescer na Irlanda, Portugal, Japão e Estados Unidos, um dos nossos maiores pontos fortes (e curvas de aprendizagem) tem sido a criação, expansão e capacitação de equipas remotas em diferentes regiões geográficas, culturas e fusos horários.
Aqui estão seis coisas que aprendemos com essa expansão:
1. O modelo “remote-first” deve ser desenhado, não apenas declarado
O termo “remote-first” é muitas vezes mal interpretado como sendo simplesmente a oferta de oportunidades de trabalho a partir de casa. Para nós, é um modelo de negócio. Construir a Otonomee como uma empresa totalmente remota desde o primeiro dia significou implementar a infraestrutura certa, ritmos de comunicação, práticas de contratação e rituais culturais que apoiam a autonomia, o alinhamento e a conexão.
Como partilhou Brendan Ring, diretor de recursos humanos da Otonomee: “Esta última ronda de contratações não se resume apenas a números, mas sim a encontrar pessoas apaixonadas e motivadas que queiram fazer parte de uma empresa construída com propósito e intencionalidade.”
O sucesso remoto é o resultado dessa intencionalidade – em sistemas, liderança e cultura.
2. Contratações devem dar prioridade à flexibilidade, empatia e autonomia
A nossa equipa é composta por pessoas de 23 nacionalidades e apoia marcas com presença global. Esta diversidade torna-nos mais fortes, mas também significa que temos de contratar colaboradores que prosperam na ambiguidade, comunicam interculturalmente e são proativos.
Aprendemos que competências sociais como a empatia, a curiosidade e a responsabilidade são tão importantes como o conhecimento técnico ou de produto, especialmente num ambiente disperso.
3. Apoio proativo começa com equipas capacitadas
Amplificar uma ótima rede de apoio significa preparar a equipa para prevenir problemas, não apenas resolvê-los. Treinamos os nossos colaboradores para olhar para o futuro: que sinais devemos detetar antecipadamente? Que confusões podemos evitar antes que a tarefa seja enviada?
Desde monitorizar e prever o seu comportamento em tempo real até criar espaço para momentos de check-in, aprendemos que o apoio proativo não é apenas um conjunto de ferramentas, mas sim uma mentalidade. E começa com a forma como capacitamos as equipas para tomarem iniciativa, anteciparem necessidades e agirem antes que surjam problemas.
4. A consistência vem dos sistemas, não da microgestão
Expandirmos-nos por várias regiões significa lidar com fusos horários, idiomas e expectativas dos clientes muito diferentes. A chave para manter a consistência já não pode ser mais o controlo, mas sim o estabelecimento de sistemas claros e princípios bem definidos.
Os nossos manuais internos, ciclos de feedback e ferramentas de capacitação são constantemente atualizados e adaptados às realidades locais. Isso significa que, independentemente de onde o colaborador esteja localizado, terá a confiança, a clareza e o contexto necessários para oferecer uma experiência de alta qualidade – de forma consistente.
5. A cultura laboral precisa de ser construída, não assumida
As equipas remotas não constroem a sua cultura em redor das máquinas de café ou entre as paredes de um escritório. Constroem-na, sim, através de ações ponderadas: experiências de integração, liderança visível, rituais de celebração, canais abertos para feedback e linguagem partilhada em torno dos mesmos valores. Constroem-na a bordo de passeios noturnos de barco em Lisboa ou em dias de convívio entre os membros da equipa.
À medida que fomos crescendo, tivemos de rever repetidamente: continuamos humanos na escala em que crescemos digitalmente? É um equilíbrio constante, mas acreditamos que é inegociável.
Como disse recentemente numa entrevista: “Desde o início, demos uma enorme importância à cultura… No passado, isso estaria muito ligado a um escritório ou a um local… Como trabalhamos totalmente à distância, a cultura vem da energia que obtemos ao trabalhar uns com os outros. Ao partilhar um pouco mais sobre as nossas vidas. E… investimos nisso.”
E está a funcionar. Na verdade, 89% dos membros da equipa da Otonomee acreditam na visão da empresa e sentem-se inspirados pelos seus valores.
6. Equipas remotas são o futuro – mas exigem sistemas de apoio de última geração
A nossa capacidade de expansão está diretamente ligada à forma como ouvimos os nossos colaboradores e clientes. Os melhores resultados acontecem quando as pessoas se sentem apoiadas, os clientes se sentem valorizados e os nossos sistemas permitem que ambos prosperem. É por isso que nos baseamos nos princípios da B Corp e nas iniciativas de diversidade, equidade e inclusão (DEI) para dar resposta a altos padrões de desempenho social e ambiental, responsabilidade e transparência.
O nosso crescimento global foi possível não apenas porque adotamos o trabalho remoto, mas também porque redefinimos o que é um excelente modelo de suporte num mundo que dá prioridade ao trabalho remoto.
Olhar para o futuro
Com mais de 400 membros na equipa e mais de 50 vagas a abrir nos próximos meses, estamos apenas a começar. A nossa experiência de expansão em três continentes ensinou-nos que o apoio de qualidade não está limitado a escritórios ou cidades – é, ao invés disso, construído com base nas pessoas, no propósito e no pensamento proativo.
Enquanto continuamos a ajudar marcas líderes a expandir as experiências dos seus utilizadores, mantemos o compromisso de moldar um futuro em que as equipas se sintam tão conectadas e capacitadas quanto os clientes que atendem.













