Six Senses Douro Valley: Aqui, são mais de seis os sentidos que se despertam

Fomos de C5 Aircross até ao icónico Six Senses Douro Valley para confirmar que há marcas que trabalham para nos mimar. Não sentimos o “peso” das horas na viagem ou do tempo a passar em Vale de Abraão. Venha connosco.

Já como que uma espécie de criança que renasce em nós quando nos lançam o convite para ir até ao Douro. Desculpem, ao Six Senses Douro Valley. Por nunca nos cansarmos da magnitude da região, por ficar sempre tanto por conhecer e, neste caso, porque o Six Senses é a marca que é. Se há sinónimo ou paradigma de bem servir e receber, de real luxo em pequenos detalhes, de cuidado e mimo, de qualidade intocável, é no Six Senses. Claro que o do Douro é assim e assim se mantém. Chegámos a meio da manhã, debaixo de nuvens negras. Se lhe acontecer o mesmo, não receie. Não só porque o Douro pode acordar cinzento e brindar-nos com uma tarde de sol, como só o facto de estar no Six Senses já é tradução para estar bem, muito bem. E isso percebe-se no preciso segundo onde, depois de percorrermos a estrada que nos leva até ao palacete do século XIX, paramos o carro e somos recebidos como se sempre ali tivéssemos estado. Aqui, o sentido é de estar em casa. Uma casa que já foi da família Serpa Pimentel, que já passou por diferentes gerações, foi cenário de filme e inspiração literária, e que, naqueles dias, é nossa também.

De resto, a intenção era que conhecêssemos as novas Villas. E, aí, a ideia de estarmos como que em família é maior. Ao todo, são nove quartos e suítes no edifício que, originalmente, servia de armazém aos vinhos produzidos na propriedade. À entrada, uma área de estar com uma gigante lareira central onde, de manhã, está disponível um pequeno-almoço continental para quem começa o dia mais cedo! Se não for desses, então nem pense em não guardar pelo menos uma hora para se entregar a um dos melhores pequenos-almoços de hotel, servido na Open Kitchen e que pode ser apreciado no terraço, com vista para a piscina, as vinhas e, claro, o rio.

Voltando ao edifício das Villas, para espaço comum foram recuperados jardins, nas traseiras, uma piscina e uma outra de hidromassagem num terraço superior. Há sossego, há serviço – se quiser um copo de vinho, um cocktail ao final do dia ou um simples sumo detox, pode pedir que ele chegará –, há temperatura da água controlada e há imenso bom-gosto na decoração e escolha de materiais. Aliás, bom-gosto é expressão que se repete, e que acontece assim que se entra seja nos quartos de categoria Superior ou nas Suites Valley, algumas com terraço, varanda e uma com cozinha. Seja nos tons, no design dos móveis, na atenção aos pormenores na casa de banho. Sentimo-nos bem, sim. E não é preciso fazer esforço. Ah, para não falar das camas e colchões da Naturalmat, feitos à mão em Devon, Inglaterra, com materiais naturais, incluindo lã orgânica de ovelhas locais. E onde, conferimos, se dorme o sono dos deuses!

Um dos pontos que o Six Senses Douro Valley não descura é a oferta de serviços e experiências aos hóspedes. A nossa começou sob a forma de tratamento de Spa de 60 minutos. A descida ao Spa, numas escadas ladeadas por paredes de cor bronze, envolve logo e faz-nos respirar mais devagar. Depois, o sorriso de quem recebe ajuda a sorrir também. Quando chegamos às salas de tratamento, com janela rasgada para os jardins exteriores e o Douro, só pedimos que a terapeuta perca a noção do tempo e nos deixe ficar… Não aconteceu, mas como que me deixei adormecer em entrega ao descanso. Quem ali trabalha, sabe o que faz!

Cá fora, há cadeiras em vime suspensas com enormes almofadas que chamam ao relaxamento, acompanhado por um magnífico chá de gengibre e canela (que trouxe a receita!).

Recuperamos por alguns minutos, que chegava a hora de almoço no restaurante Vale de Abraão. A comida, aqui, quer-se feita de sabor e de produtos o mais locais possível. É como que uma proposta gastronómica de fusão – ou não tivesse o chef vivências e história familiar de outras cozinhas do mundo –, mas onde há peixe de rio e legumes de produtores próximos, ou da própria horta, socalcos abaixo. Foi um almoço leve que o sol chegou entretanto e quisemos aproveitar a piscina das Villas, só para nós! Além de que pelas 18h30 havia que estar na Wine Library para uma prova e explicação de vinhos e terroirs da região. O dia, por aqui, passa-se bem e tédio não é palavra proferida.

Terminada a prova, momento para experimentar – então sim, com calma e tempo – o jantar servido na Dining Room. O espaço interior de refeições estende-se por duas salas, a segunda – onde ficámos – com enorme lareira e paredes cobertas por azulejos do século XVIII, tectos forrados a cortiça e chão de granito. De decoração clássica, que se cruza e combina com elementos contemporâneos, acaba por conseguir uma atmosfera intimista. A proposta gastronómica, essa foi de aplaudir e comer até ao fim, com ingredientes locais a evocar a cozinha da região em sugestões recriadas pelo chef.

Mas sem ficarmos demasiado empanturrados, para podermos dormir o tal “sono dos justos”, como se quer nas camas, que são uma ode aos sentidos, além de que o dia seguinte começaria pelas 8h00 com uma aula de yoga. O tempo voltou a ajudar e a mesma acabou por acontecer no exterior, de frente para os jardins… e com o rio sempre presente. Um momento único, que retempera e acalma por horas ou dias.

Só depois nos entregámos ao pequeno-almoço no enorme terraço de chão de granito, paredes-meias com o restaurante Vale de Abraão. Ainda no interior, e sobre duas grandes mesas de quinta, há sumos de fruta frescos, cereais, frutas e compotas feitas com frutos da região. Tudo o resto chega-nos à mesa. O pão, feito ali e ainda quente, assim como a manteiga e queijos são trazidos de imediato. Mas se quiser ovos, fruta ou granolas, é só pedir. Comi por duas, em jeito de gula. Mas não há lugar para arrependimento quando se é feliz!

Texto de M.ª João Vieira Pinto

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