Opinião de Sandra Alvarez (PHD): Lifelong Learning: O segredo para não ficar de fora
Por Sandra Alvarez, directora-geral da PHD
A aprendizagem ao longo da vida é fundamental, independentemente da idade ou profissão. O que parece óbvio, infelizmente, não o é, para todos! Mas desengane-se quem achar que lifelong learning é apenas formação tradicional, online ou em sala de aula. Lifelong learning é também, e sobretudo, estar aberto a experiências, desafiar-se constantemente e procurar o crescimento e o conhecimento em todas as áreas. Às vezes é, até, aprender a desaprender. É muito o que se ganha, por se optar por uma aprendizagem constante e ao longo da vida: desenvolvimento pessoal, adaptação às mudanças, progressão na carreira profissional, manutenção da sua própria relevância, como pessoa e como profissional, e da sua saúde cognitiva e bem-estar, para além do enriquecimento pessoal. Ao procurarem constantemente o conhecimento e o desenvolvimento de novas skills (hard ou soft), as pessoas ficam preparadas para enfrentar os desafios do mundo moderno e aproveitar as oportunidades que surgem.
A aprendizagem contínua permite que se expandam intelectualmente e amplifiquem horizontes, o que aumenta a autoconfiança, a auto-estima, a autoconsciência e a empregabilidade e diminui a discriminação por etarismo.
É muito o que se perde, por se parar de aprender. A estagnação profissional e a possível ultrapassagem por outros mais aptos. A perda de oportunidades, devido à falta de adaptabilidade, pode levar a sentimentos de desorientação, falta de confiança e incapacidade de lidar com os novos desafios. A estagnação pessoal, presa a uma rotina monótona, leva à limitação de perspectivas e a risco de obsolescência. Há inúmeros exemplos de lifelong learning, e variam de acordo com os interesses, objectivos e circunstâncias individuais. Enquanto para uns faz sentido participar em cursos e workshops de forma mais clássica, para outros a leitura, a participação em conferências e eventos e a aprendizagem de actividades práticas poderão ser mais apelativas. A mentoria e o coaching passaram a ser muito utilizados e são boas alternativas ao crescimento. A tecnologia veio desenvolver e possibilitar o ensino online, com todas as vantagens que isso trouxe, mas há quem continue a preferir a participação presencial em grupos de estudo, trabalho ou projectos e em comunidades de network especializadas. As viagens e os intercâmbios culturais, cada vez mais explorados pelas gerações Y e Z, poderão ser novas formas de aprendizagem para as gerações mais velhas. A aprendizagem de línguas, literacia financeira e até o voluntariado são formas muito valiosas de aprendizagem e crescimento.
Estes são apenas exemplos de lifelong learning, mas há mais, dependendo da necessidade e criatividade de cada um. A chave é estar aberto a explorar oportunidades de aprendizagem, sejam formais ou informais, procurando o crescimento pessoal e profissional. Este é o segredo para não se sentir e não ficar de fora.
Artigo publicado na revista Marketeer n.º 324 de Julho de 2023