O case do SBSR
M.ª João Vieira Pinto
Directora de Redacção Marketeer
Retiro parte do que tenho escrito por aqui. Solidariedade ainda é palavra conjugada por muitos.
No dia em que inicio este Editorial, acontece mais uma edição do Super Bock Super Rock. Deveria ter sido no Meco. 48 horas antes, impôs-se que mudasse e instalou-se, com todo o cartaz, no recinto do Altice Arena, numa operação que virá a ser considerada um case study: de gestão de crise, remontagem de evento e… solidariedade. De toda a organização, marcas, parceiros e não parceiros. Ao longo de dois dias em que não houve tempo para descanso, foram mais de 1000 os que quiseram fazer parte e ajudar a fazer acontecer.
Ter plano B sempre foi regra de manuais. Com a pandemia, deveria ter começado a haver C e D! Mas quando um evento conhece o seu palco – como é o caso do SBSR, que desde há anos se instala na Herdade do Cabeço da Flauta –, desenha hipóteses sobre erros passados, estrutura eventuais futuros mas, raramente, contempla todos.
Foi precisamente o que aconteceu com esta edição de um festival que vai na sua 26.ª montagem.
Sem plano B para o calor, foi a solidariedade e o arregaçar de mangas que ditaram que tudo acontecesse, em novo palco onde se ouviram aplausos e parabéns de uma genuidade como nunca!
Dirão: “Os portugueses são mestres a desenrascar.” Verdade. Mas o que aconteceu, aqui, foi muito mais que um acto de desenrascanço. Foi uma prova de que quando se conjugam vontades e vontade, o resultado chega melhor. Que quando há apoios e apoio, vamos mais longe. Que quando a inveja fica de lado, os sorrisos são mais abertos.
Sim, esta é uma lição para todos. Não só para quem organiza ou para quem activa. Mas para todos. Com menos crítica gratuita, seremos sempre melhores!
Editorial publicado na revista Marketeer n.º 312 de Julho de 2022