Não vai ficar indiferente a este SUV da Renault
O novo Renault Austral não veio para brincar e trouxe argumentos de peso em design, conforto ou tecnologia. Ou não quisesse reconquistar o segmento C.
Podemos ir de Lisboa até ao Alto Douro Vinhateiro de diferentes formas. De avião ou comboio até ao Porto e carro ou autocarro no percurso seguinte, ou, apenas e só, de carro. Só que, nesse caso, convém que conforto e segurança sejam palavras de ordem! É que são perto de quatro horas de viagem e a parte final é linda, mas requer alguma “mão-de-obra”!
Tínhamos que ir a Ventozelo, quinta ainda acima do Pinhão, conhecer alguns dos mais recentes trabalhos e investimentos por ali feitos. A proposta da Renault é que fôssemos ao volante de uma das mais recentes apostas da marca, o SUV Austral híbrido. Há anos que não conduzia um Renault, confesso. Assim como aqui partilho que não se fica indiferente a esta proposta, que chega num patamar elevado em termos de design, conforto, funcionalidades ou tecnologia. A marca diz que o Austral veio para conquistar de novo aquele que é o grande segmento do mercado automóvel, o C. Com os argumentos que o modelo – que se insere no plano estratégico Renaulution – trouxe, não será guerra difícil.
Comecemos pelo primeiro impacto: o design exterior. Aqui, a marca apostou várias cartas e está com jogo forte no tabuleiro. É elegante e com ar de topo de gama, este Austral. Aliás, o próprio director de Design do grupo, Gilles Vidal, já o veio assumir publicamente: «O Novo Renault Austral combina elementos estilísticos fortes que lhe conferem um design dinâmico e elegante. Os volumes foram cuidadosamente trabalhados, as linhas desenhadas com precisão e os detalhes sofisticados fazem dele um produto cuja qualidade é visível à primeira vista.» E, nós, conferimos!
Sentámo-nos ao volante e, aqui, constatámos aquilo que se tinha percebido antes. Há uma maior atenção ao pormenor, seja nos materiais dos bancos, no design do cockpit ou no desenho do grande – mesmo grande – ecrã OpenR, que de imediato se liga com uma mensagem de boas-vindas. A esta segue-se uma segunda onde nos pergunta se a posição dos bancos está adequada ou se a pretendemos mudar. A partir daí, é investigar o painel e perceber que podemos ir sendo massajados ao longo do caminho, que as cores do habitáculo se podem adaptar em função da nossa vontade ou do momento do dia – a iluminação ambiente pode ser personalizada através das configurações Multi-Sense, acedidas directamente a partir de um botão no volante –, que pode haver ligação Wi-Fi e assistência a bordo, ou que o controlo de consumo – e o registo de performance do condutor – é ao pormenor!
Ah, ainda antes de arrancar para percorrer os cerca de 400 quilómetros que tínhamos pela frente, percebemos que o modelo nos apresenta várias formas de carregar o telemóvel – o carregador indutivo inteligente, por exemplo –, assim como um suporte no apoio de braço do condutor. Tudo junto, irá dar muito jeito numa viagem longa (como a nossa), o mesmo acontecendo com os diferentes compartimentos de arrumação por onde fomos espalhando “tralha”.
Configurados os bancos, ajustados os espelhos, analisadas as funcionalidades e sincronizado o telemóvel, fizemo-nos então à estrada. Como o primeiro Renault a ser concebido na plataforma CMF-CD de terceira geração, co-desenvolvida dentro da Aliança, o Novo Austral apresenta uma versão diferente do sistema E-Tech “Full Hybrid”, que é mais potente e mais eficiente, segundo a marca. O que se percebe, em pouco tempo, é que o conforto e a insonorização são de aplaudir, que não parece que levamos o carro às costas sempre que estamos numa subida e que o consumo é fácil de controlar com a bateria a entrar em acção facilmente… desde que saibamos lidar com ela! A marca diz que faz um consumo misto de 4,7 litros/100 km e 105 g por km de emissões de CO2 . No meu caso, confesso que não consegui estes números… mas não fiquei muito longe.
Ah, esqueci-me de dizer que detecta, automaticamente, o cartão-chave sempre que a pessoa que o tem se aproxima do carro, abrindo e fechando as portas, o que é muito simpático se estiver carregado de sacos, como foi o meu caso.
À imagem do lema “automóveis para viver”, o Novo Austral foi concebido para se adaptar a toda a família, maximizando espaço e praticidade, com muita área de armazenamento! A nós, até sobrou, já que a própria bagageira é das maiores do segmento com um fundo “falso” que ajuda ainda mais. Nós, por cá, agradecemos. Não só pareceu que os quilómetros se ficaram pela metade, como cansaço foi coisa que não acusámos à chegada! É um passo em frente para os SUV da marca!
Texto de M.ª João Vieira Pinto