M.ª João Vieira Pinto
Directora de Redacção Marketeer
Sim, é verdade, já passei a barreira dos 50. Já a passei fisicamente, ou nas contas que a minha certidão de nascimento obriga a fazer. Aliás, o “problema” é precisamente esse, ter que por vezes fazer contas para perceber a idade declarada que tenho.
Lembro-me de ser miúda e olhar para os crescidos de 40 como muito mais velhos. A forma como se vestiam e comportavam permitia ler que estavam noutra fase. Mais madura, mais séria.
Hoje, olho à minha volta e o meu contexto social tem muitos jovens de 50. Que estão na vida como sempre estiveram, com vida. Que continuam a sair e a conviver, a viajar e a jantar fora, a correr, a caminhar, a ir dançar ou a pôr música, a aprender.
É quase uma frase feita, mas os 50 de hoje são os novos 30, de facto. Por uma questão física e de mentalidade. Mais ainda, são os novos 30 com outra aprendizagem de vida e gosto por ela. Com vontade de ter tempo para a viver.
Há uns dias, num fórum sobre a importância da Silver Generation – organizado pela Marketeer –, alguns oradores sublinhavam precisamente isso. Este é um target que, em Portugal, já representa mais de metade da população. É um target, maioritariamente, com poder de compra e que não se importa de pagar para estar feliz.
As marcas, essas, é que ainda continuam sem o perceber. Comunicam para a inclusão, porque assim tem que ser, e para os jovens, que as ajudam a manter-se, elas próprias, jovens. Não ajustam produtos nem alteram o tamanho de letra nos packagings. Excepto certos casos que merecem aplauso – como seja a L’Oréal, a Dove ou a Dior –, ainda são poucas as que olham para este target com a atenção, o cuidado e o carinho que ele deve ter.
Continuando a assobiar para o lado, só correm é o risco de em breve deixarem de ter quem as ouça!
Editorial publicado na revista Marketeer n.º 351 de Outubro de 2025














