Esta exposição questiona o que se vê. São desenhos ou esculturas?

O Centro Cultural de Cascais vai receber a partir deste fim-de-semana a exposição “Uma Espécie de Pacto de Silêncio”, com desenhos do artista Sebastião Castelo Lopes. A montra fica disponível de 5 de Março a 28 de Maio, sendo uma iniciativa da Fundação D. Luís I e da Câmara Municipal de Cascais, no âmbito da programação do Bairro dos Museus.

Sebastião Castelo Lopes utiliza sempre os mesmos materiais na sua obra: papel, carvão, tinta acrílica, madeira e plexiglass. Já a sua paleta não se desvia do preto e branco. Cada obra é resultado de um processo de desenhar camadas sobre camadas de imagens, que em alguns casos se estendeu por três anos.

Os desenhos estão colocados em caixas de madeira, também elas criadas pelo artista. Segundo os curadores, Frederico Portas e Tomás Agostinho, na obra de Castelo Lopes, «plasticamente, a moldura transcende a sua condição de mero suporte de obras. Quer dizer, nas molduras encontramos objectos escultóricos, representações extensas». Assim, é natural que surjam questões sobre o que se vê realmente – se desenhos, se esculturas.

Sebastião Castelo Lopes é natural de Lisboa, onde vive e trabalha. Licenciou-se em Desenho pela Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa (2015). Em 2016, completou o mestrado em Desenho no Wimbledon College of the Arts da University of the Arts London e em 2023 doutorou-se em Desenho pela Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa.

A sua obra está representada em instituições e colecções privadas, entre as quais a do Museu de História de Budapeste, da Fundação Millennium BCP e do Município de Loures. Conta com exposições individuais em Lisboa, Londres e Budapeste, tendo trabalhado nos últimos dois anos com a Galeria Monumental, a Fundação Bienal de Arte de Cerveira e com a Galeria Helder Alfaiate.

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