Dormir mesmo ao lado de casa

Não faltam opções para pernoita para quem quer que seja que se desloque a Lisboa. Quer procurem opções mais ou menos centrais, mais ou menos discretas, mais ou menos na moda, há ofertas para todos os gostos e carteiras. Aliás, os últimos anos foram pródigos em ver nascer hostels, hotéis e alojamentos temporários.

Mas se é daquelas pessoas que não dispensa uma cama feita a rigor, um chocolatinho na mesa-de-cabeceira na hora de recolher ao quarto e uma belíssima carta de almofadas – onde encontra desde as standard às suaves, passando pelas firmes, anti-alérgicas (suaves, médias ou firmes), espuma memory, de latex ou cervical/ergonómica –, o hotel InterContinental Lisbon, bem no coração de Lisboa, com uma vista deslumbrante sob o Parque Eduardo VII, é uma opção a considerar.

Desafiaram-me a fazer a mala como se fosse uma executiva em viagem de trabalho e a ir passar uma noite a cinco estações de metro de casa. Como executiva à antiga que sou (nesta personagem que aceitei vestir), desloquei-me no meu carro, sabendo de antemão que havia parque de estacionamento no hotel (até porque naquela zona de Lisboa, com os parquímetros e a Emel que gosta de nos apanhar distraídos, não convém facilitar). Sendo o primeiro ponto de contacto na chegada ao hotel, o estacionamento não é um bom cartão-de-visita devido à sua entrada que não foi bem pensada para carros grandes que – digo eu – deve ser o parque automóvel habitual. Mas, felizmente, as más experiências ficaram por aí, já que a circulação no parque é tranquila e com a subida à recepção foi um enorme sorriso que me recebeu (e aí, garantidamente, não tinham como saber que era jornalista. Era mesmo a “tal executiva”).

Formalidades de check-in terminadas, com a partilha da password sem a qual as pessoas da minha geração já não vivem (haverá alguma que se regista e não insere de imediato a palavra-passe do wi-fi?), foi hora de subir ao quarto que me estava reservado e ficar sem fôlego com a vista. Impressionante como passo naquela rua tantas e tantas vezes sem sequer pensar na beleza da minha cidade. E lá as vi, as formiguinhas, que nas suas rotinas tornam o quadro visto lá de cima mágico.

Mala desfeita – havia que pendurar no armário a minha toilette do dia seguinte – foi hora de experimentar o conforto da cama – impecável – e do sofá, a pedir a leitura de uma revista em atraso. Devo confessar que um dos meus grandes prazeres quando me instalo num hotel é cheirar e experimentar as amenities para ver se uso aquelas que levo sempre comigo na bagagem ou se me deixo tentar. A dúvida nem sequer se colocou ao verificar que me esperavam produtos da Castelbel.

Estavam reunidos os ingredientes para a noite ser tranquila. Depois de um par de horas a trabalhar no portátil na secretária generosa que o quarto tinha, foi hora de me deixar embalar pela suavidade dos lençóis e esperar que o telemóvel tardasse em acordar-me. Mas não demasiado, já que para a entrevista que faria ao final da manhã do dia seguinte, noutra ponta da cidade, convinha ir bem alimentada com o variado pequeno-almoço que o hotel prepara para os seus hóspedes e onde não faltam, como convém, opções para aqueles que preferem o tradicional pequeno-almoço continental e para aqueles que optam por produtos mais saudáveis.

Em calhando, sou rapariga para me vestir de executiva outra e outra vez…

Texto de Maria João Lima

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