Congelados são a estrela da pandemia: snacks, peixe e marisco são as categorias que mais crescem
Congelados tem sido uma das categorias de alimentação mais escolhidas pelos portugueses desde que a pandemia teve início. Dados da Kantar Worldpanel mostram que estes produtos foram retirados das arcas dos supermercados mais de 125 milhões de vezes no ano que terminou no passado mês de Maio.
Apesar de ser ultrapassada pela comida pronta, esta categoria destaca-se por apresentar o maior crescimento no geral. Snacks, peixe e marisco são as áreas que registam o maior aumento em valor, mas importa também olhar para os vegetais crus, por exemplo, que conseguiram o maior alcance dos últimos quatros anos: chegam agora a mais 79% das famílias portuguesas.
“Na verdade, falamos de um consumo já bastante enraizado, praticamente todos nós compramos, desde sempre, algum tipo de produto congelado. Mas agora, compramos mais quantidade e mais vezes. A duplicação de produtos congelados mais que cresceu e também se bateram recordes em alguns deles”, indica a Kantar Worldpanel num artigo publicado no seu site – e que foi partilhado originalmente na revista Grande Consumo.
A mesma empresa de estudos de mercado sublinha ainda que o hábito/frequência de compra tem sido o grande impulsionador: cada família portuguesa compra agora, em média, 31 vezes ao ano, o que compara com as 27 vezes verificadas em 2019. Além disso, gastam mais 46 euros: 223 euros versus 177 euros.
Entre quem compra congelados, os mais jovens são os que mostram maior potencial. No sentido inverso, reformados e adultos sem filhos serão os mais hesitantes em comprar alimentos congelados, preferindo produtos frescos.
Em termos regionais, há ainda uma dicotomia entre as regiões Norte e Sul, com a primeira a revelar mais resistência. Por outro lado, na Grande Lisboa e no Sul, os congelados já fazem parte das listas de compras.
Ao nível de classes sociais, a análise aponta para a classe alta como a que mais se destaca na compra deste tipo de produtos, evidenciando o maior gasto médio da categoria: mais de 297 euros, em média, por ano. São mais de 53 quilos em comida congelada.
O canal online é o preferido para comprar produtos congelados, sendo também aquele que mais angariou novos compradores e que mais cresceu. Seguem-se os discounts alemães, os tradicionais e, por fim, o Intermarché.