Cair na armadilha

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Marketeer
04/06/2025
20:02
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Opinião de Rodrigo Gralheiro, Head of Digital Brand NOS

É o fim, o declínio da criatividade está aí. É uma proclamação cíclica e, por isso, muito pouco criativa.

Chega uma nova tecnologia, uma nova ferramenta, e é-lhe novamente declarado o óbito. Com desdém, que não acrescenta valor, que demora, que é feita por capricho ou golpe de asa. Regra geral é anunciado por gente com poucas ideias, que passou anos a olhar de lado para a criatividade, mas que tem atenção e acesso, sobretudo a salas de CEO’s com apresentações bem embrulhadas, cheias de benchmark, da norma, do comum e do “os outros já fazem”. Consultores rotinados na consulta da rotina.

A Inteligência Artificial está aí e com ela veio o relambório. A dúvida se é desta que a criatividade não se safa. E a indústria criativa caiu na armadilha. Defende-se, antagoniza e marca posição. O problema é que essa defesa tem, e tem tido, um custo grande. Cada vez que acontece parece que se combate o progresso, que as agências são do passado, de um tempo que já passou, a ganhar pó.

Mas sabem o que é que a Inteligência Artificial faz bem? Bom benchmark, apresentações bem embrulhadas e powerpoints. Então, porque é que não se questionam antes as consultas da rotina? Porque não olhamos para o lado, para quem olha a criatividade de lado?

A ironia disto é que enquanto a criatividade será sempre precisa, talvez as agências estejam a precisar de uma consultora que as ajude a mudar o modelo de negócio.

Nos clientes, a internalização é uma realidade (necessária) e há evidência que ter a estratégia e criatividade juntas do negócio traz dinâmica e resultados. Nas agências, o modelo baseado em fees e pitches gratuitos – adivinhem?! – não cria valor. Realidades que o mercado sabe e, já agora, também me disse o chatGPT.

É pegar nesta informação e ser criativo na reinvenção. Não cair na armadilha.


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