AI – Artificial Intelligence ou Assessoria Inteligente

Por Francisco Chaveiro Reis, Partner da Guess What

A Artificial Intelligence ou inteligência artificial está para 2023 como chavões como inovação, sustentabilidade ou Internet of Things (IoT) estão para os últimos anos. São conceitos usados até ao ponto de deixarem de fazer sentido porque o contexto perdeu-se pelo caminho e, possivelmente, o real conhecimento nunca fez parte da equação por parte daqueles que os usam.

Acredito que a AI ou IA, hoje e nos próximos anos, vem facilitar a vida dos humanos e ajudar nos diferentes campos profissionais. Pode ajudar em tarefas repetitivas ou até substituir a mão humana na escrita de textos ou outros trabalhos mais ou menos simples, mas, em geral, o Homem ganha tempo e não perde trabalho. Mas, claro, é legitimo ter medo e há profissões que podem dar lugar a outras e isso custará sempre tempo e tranquilidade a quem tem que mudar de vida. Há dias, acabei de ler o novo livro de Ken Follett, “A Armadura de Luz”, passado em 1792, e já se falava no medo que os operários tiveram quando se introduziu nas fábricas um tear, com um certo nível de automatização.

Acredito que o meu papel de consultor de comunicação está em constante mudança, mas ainda não está em perigo de existência. Palpita-me que A vai querer continuar a comunicar com B, C ou T e que, por vezes, vai querer comunicar com o alfabeto todo. Esse poderá ser também o papel dos consultores de comunicação: indicar esse caminho. Para já, o meu computador HP prateado não pensa por mim. E nas reuniões presenciais com clientes e parceiros nem da mochila sai, quanto mais fazer de mim.

Tantas vezes fui a funerais da assessoria de imprensa que me convenci que essa disciplina estava mesmo morta e enterrada – apenas para acordar no dia seguinte e descobrir que tinha renascido. Aleluia. E esse renascimento constante faz com que continue a ser central no mundo das agências de comunicação. Um dia, pode mesmo tombar para o lado, mas esse dia não chegou ainda. Não podemos ignorar a crise no jornalismo, criada, em parte, pela falta de consumidores pagantes, mas, por várias razões, a assessoria continua a existir, devendo ver como pode abraçar a AI e não como pode viver sem ela.

O que mais falta faz é AI, Artificial Intelligence, tendo o ChatGPT como entrada, mas com uma ementa ainda por ser inventada, mais falta ainda faz uma assessoria inteligente. Uma assessoria sempre atenta às necessidades de cada projecto e que saiba acolher o novo, escrevendo novos guiões para novos públicos.

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