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27/11/2025
15:05
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A INCENTEA entra numa nova fase de crescimento, marcada pela renovação da sua identidade e pela expansão internacional.

A INCENTEA vive uma fase de forte consolidação e expansão. Presente em oito mercados e com um total de 2000 clientes activos (1500 em Portugal), o grupo por tuguês de consultoria e tecnologia apresenta uma nova marca e assinatura – “Technology for People” – que traduz a aposta numa comunicação mais humanizada e numa identidade única à escala internacional. O rebranding surge num momento em que a empresa reforça a sua presença em Espanha e define metas ambiciosas: duplicar o volume de negócios até 2028, atingindo os 50 milhões de euros.

Em entrevista, à Marketeer, João Antunes, Board member da INCENTEA, explica o novo posicionamento.

A INCENTEA tem crescido de forma consistente e é hoje uma multinacional de consultoria e tecnologia presente em oito mercados. Estão a apresentar uma nova marca e assinatura. Esta expansão internacional influenciou o rebranding?

A INCENTEA tem vindo a reforçar a sua presença nos mercados internacionais. Há cerca de um ano e meio, esse crescimento coincidiu com a forte aposta da Cegid, que adquiriu a Primavera Software e, mais recentemente, a PHC Software. Ainda antes dessas aquisições, já trabalhávamos com duas representações – Sage e Microsoft. Com a entrada da Cegid e a compra da Primavera Software e de várias empresas tecnológicas em Espanha, intensificámos a nossa estratégia nesse país, que se tornou o principal foco da nossa internacionalização.

Temos a expectativa de que Espanha se torne o nosso principal mercado fora de Portugal. Por agora, o mercado externo mais forte continua a ser Angola.

O crescimento por aquisições alterou a forma como a empresa é vista em diferentes países? Nota-se muita diferença entre Espanha e Angola?

Sim, há diferenças claras. Angola beneficia por fazer parte do espaço dos PALOP, o que facilita a comunicação graças à língua comum. O nosso principal foco é a integração de sistemas de informação e de gestão, e a fiscalidade é um elemento central, tanto nos serviços que prestamos como nas soluções que implementamos. Nos PALOP, a fiscalidade é muito próxima da portuguesa, o que simplifica o nosso trabalho. Já em Espanha, o processo de actualização e harmonização fiscal com a União Europeia está mais atrasado, o que representa uma oportunidade para o crescimento do nosso negócio.

Em termos de comunicação, na prática, o que vão fazer tendo em vista essa unificação?

O rebranding surgiu após um trabalho que desenvolvemos com uma consultora externa, com o objectivo de reorganizar a empresa, simplificar processos, rever o modelo de governance e preparar o grupo para os próximos cinco anos.

Do ponto de vista estratégico, a INCENTEA aposta em duas vias de crescimento: as aquisições, que têm sido a forma mais natural, e o crescimento orgânico. Durante esse processo, percebemos que era o momento certo para evoluir. Decidimos, assim, uniformizar a marca, criar uma comunicação única e reforçar uma abordagem mais humanizada em todos os países, mercados e marcas do grupo.

A assinatura “Technology for People” valoriza a humanização do nosso negócio: a tecnologia serve para capacitar as pessoas, aumentar a sua produtividade e dar-lhes mais tempo para outras actividades.

No B2B, que é o único mercado em que actuamos, é fundamental que as marcas transmitam não só os valores, mas também credibilidade, já que as relações neste mercado exigem durabilidade.

Com que parceiros é que contaram para a nova imagem? Foi a primeira proposta, ou houve a necessidade de afinações durante o caminho?

Foi a nossa equipa de marketing que criou a imagem. A proposta foi bem recebida e aceite à primeira. Já tinha havido outras tentativas que não tinham resultado, seja por não ser o momento adequado, ou porque estávamos a integrar outras empresas e existiam outras prioridades. Desta vez, o timing foi certo, permitindo apresentar uma nova imagem e comunicação alinhadas com o propósito da reestruturação.

É expectável que continuem a adquirir empresas e, em termos de cultura na integração das empresas, acredito que seja um desafio enorme. Toda esta mudança também poderá ajudar nessa afinação?

Até 2028, queremos atingir os 50 milhões de euros de volume de negócio, um objectivo que só é possível através de aquisições, pois seria difícil alcançá-lo organicamente. Estamos a desenvolver negócios que nos permitam fortalecer financeira e estruturalmente empresas que acrescentem valor e se alinhem com a nossa estratégia internacional.

O mercado espanhol é, actualmente, o nosso principal foco, por ser maior do que o português, apesar dos vários desafios que apresenta.

A reestruturação tornou o trabalho e a organização mais fáceis. Temos um board com cinco membros, cinco unidades de negócio lideradas por Diretors e, em cada país, country managers responsáveis pelo desenvolvimento do negócio local.

Essas aquisições poderão acontecer em Portugal e em mercados externos?

Sim. Há oportunidades na América do Sul, como na Colômbia, onde várias marcas com que trabalhamos já têm presença e abertura para investir, tal como no Brasil e nos PALOP. No entanto, é preciso avaliar se o investimento compensa, pois a dispersão complica a gestão. Por isso, nos próximos dois a três anos, o foco será sobretudo Espanha. Actualmente, 32% da facturação vem do exterior e queremos aumentar para 45 a 60% no curto prazo, duplicando o volume de negócios até 2028, para 50 milhões de euros – o dobro dos 23 milhões registados em 2024. Este ano, o valor mantém-se, até porque alienámos participações que não eram o nosso core business, o que estabilizou o crescimento. No próximo ano, estaremos mais preparados para dar um salto significativo.

Tudo se prepara para que a INCENTEA venha a entrar no mercado de capitais! Nesse sentido, é mais importante ainda ter uma marca uniforme?

Diria que é determinante. Ter uma marca única, com valores e um propósito de comunicação claros, ajuda os operadores a compreenderem melhor o que fazemos e o que a nossa marca representa. Esta não é a primeira vez que consideramos entrar no mercado de capitais: já tínhamos feito uma abordagem anterior ao nível dos processos.

Agora, estamos a desenvolver a empresa de forma que, se decidirmos avançar para o mercado de capitais no futuro, tenhamos os processos bem estruturados e alinhados – esse é o verdadeiro desafio.

Este artigo faz parte da edição de Outubro (n.º 351) da Marketeer.




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