Inteligência artificial transforma o comércio digital: ChatGPT passa a recomendar e vender produtos

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Marketeer
20/10/2025
14:05
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O ChatGPT acaba de dar um passo significativo na transformação do comércio online. A plataforma da OpenAI iniciou uma funcionalidade de compras diretas dentro da própria interface, permitindo que os utilizadores explorem, escolham e comprem produtos sem sair da conversa. A funcionalidade, que começou nos EUA com produtos da Etsy através de pagamentos Instant Checkout via Stripe, será em breve alargada a comerciantes da Shopify e a expansão global já está prevista.

Esta mudança representa o nascimento de uma nova era: a “economia das respostas”, onde os motores de busca tradicionais perdem protagonismo e a inteligência artificial passa a ser o canal principal de descoberta e recomendação de produtos. Em vez de navegar por páginas de resultados, os consumidores recebem uma resposta direta com sugestões personalizadas e, muitas vezes, a compra é concluída em poucos cliques.

Um novo tipo de concorrência

A dinâmica competitiva também muda. Quando um utilizador pergunta, por exemplo, por “roupa desportiva sustentável até 100 euros”, o ChatGPT pode apresentar entre três a sete produtos, misturando marcas estabelecidas e novos negócios digitais. Todas são avaliadas de forma igualitária por critérios definidos pela própria IA.

Estes critérios incluem disponibilidade do produto, preço, qualidade, presença como vendedor principal e integração com métodos de compra instantânea. Mas o fator decisivo, segundo o artigo original publicado pela Marketing Mag, é a credibilidade externa da marca.

A inteligência artificial baseia-se sobretudo em fontes externas para recomendar produtos. Cerca de 62% das citações de marcas nas respostas do ChatGPT provêm de fontes independentes, como críticas de clientes, artigos de imprensa, certificações e prémios. Apenas 20% das referências vêm do próprio site da marca.

Isto significa que estratégias antigas, baseadas em SEO e palavras-chave, já não são suficientes. Agora, o foco está em otimizar a marca para motores de linguagem (LEO – Language Engine Optimisation), garantindo que os produtos sejam descritos com dados estruturados e apoiados por provas verificáveis. Os motores de IA valorizam descrições claras, informações sobre origem e sustentabilidade, FAQs bem elaboradas e, acima de tudo, reputação construída fora dos canais próprios.

As marcas que quiserem manter-se relevantes neste novo cenário devem agir já. Entre os passos essenciais estão:

Integrar os seus catálogos no programa de comerciantes da OpenAI;

Auditar a sua visibilidade atual em plataformas como ChatGPT, Gemini ou Copilot;

Estruturar os seus conteúdos com dados legíveis por máquinas, como ingredientes, certificações ou local de produção;

Apostar em conteúdos que respondam diretamente a perguntas feitas em linguagem natural;

Reforçar a sua presença em fontes independentes, como imprensa especializada, diretórios e fóruns.

Outro desafio será a gestão da relação pós-venda. O sistema de compras instantâneas do ChatGPT não fornece contactos diretos dos clientes às marcas, pelo que será necessário criar incentivos para a partilha voluntária de dados, por exemplo, com programas de fidelização, garantias digitais ou lembretes de reposição de produtos.

 




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