Opinião de Catarina Barradas (EDP): Greenwashing e Social Washing? Não! We walk the talk!
Por Catarina Barradas, Directora Global da Marca EDP
Vivemos um contexto em que é cada vez mais evidente a urgência global de protegermos o nosso planeta e as empresas têm um papel preponderante na adopção de práticas para combater a crise climática, de forma justa e inclusiva (um desafio global que requer esforços conjuntos). Neste sentido, torna-se impreterível evitar os 3 G’s: Greenwashing, Greenwishing e Greenhushing.
• Greenwashing: As empresas que afirmam, ou aparentam ser mais ecológicas do que realmente são, comprometem a confiança dos consumidores, promovem falsas soluções para a crise climática e boicotam acções concretas e credíveis;
• Greenwishing: Não basta ter boa vontade. As empresas têm de ter objectivos realísticos e concretizáveis alinhados com um plano de actuação ESG. Segundo os últimos números do Net Zero Tracker e da iniciativa Race to Zero, apenas 3% das empresas do universo Forbes 2000 apresentam medidas concretas ou um plano de acção que traduzem o compromisso de ser Net Zero;
• Greenhushing: Pode representar um verdadeiro momento de introspecção para as marcas, mas, mais do que nunca, é importante falar abertamente sobre os desafios que enfrentam. As empresas que são verdadeiramente “verdes” e que compreendam de forma genuína os seus compromissos e validem as suas acções não se devem silenciar.
E acrescento ainda outro conceito que deve entrar no nosso léxico como uma preocupação para líderes e gestores. Trata-se de Social Washing.
• Social Washing: As empresas que não reflectirem um compromisso genuíno em relação à responsabilidade social ou impacto significativo terão repercussões negativas na sua imagem e reputação.
O momento para agir é agora! E a EDP tem implementado uma estratégia concreta e credível.
A transição energética justa e inclusiva precisa de ser ainda mais acelerada. Estamos na vanguarda mundial e a antecipar as metas: ser 100% verde em 2030 (isto é, produzir apenas energia que seja 100% renovável) e ser neutro em carbono até 2040. Temos participado em todos os fóruns mundiais com maior relevância no combate às alterações climáticas e fomos, com orgulho, a única empresa privada que, a convite do secretário-geral das Nações Unidas, participou no Climate Ambition Summit, um dos mais importantes encontros mundiais sobre os desafios do clima.
Temos a ambição de liderar a transição energética sem deixar ninguém para trás. Temos mais de 500 projectos espalhados pelas quatro regiões onde a EDP opera, debaixo do “chapéu” do programa “EDP Y.E.S. – You Empower Society”, que tem precisamente este desígnio de trabalhar em cinco principais eixos: energia, cultura, competências, comunidade e planeta, por um amanhã melhor.
A transformação da EDP nos últimos anos, para se tornar numa empresa ainda mais global, inclusiva e focada no futuro, na sustentabilidade, na inovação e na responsabilidade social está hoje reflectida na imagem da EDP, que foi lançada em 2022, assim como na nossa assinatura de marca “We Choose Earth – Nós Escolhemos a Terra”, um claim que dá voz a esta mudança e que pretende educar, capacitar e mobilizar toda a sociedade nesta transição urgente e necessária.
A autenticidade e a transparência são valores fundamentais em qualquer relação, pelo que comunicamos tudo o que fazemos através de uma mensagem simples e cativante e só depois de fazer acontecer “We walk the talk”. A autenticidade requer coragem que, por sua vez, exige compromisso, responsabilidade e cria confiança (ingredientes essenciais para estabelecer relações de longo prazo).
Os compromissos das empresas com a sustentabilidade e com a responsabilidade social têm de ser genuínos e têm de estar alinhados com medidas exequíveis e acções concretas, como é o caso da EDP. O que me permite afirmar com convicção: Greenwashing e Social Washing? Não! We walk the talk!
Artigo publicado na revista Marketeer n.º 333 de Abril de 2024