No Boca Linda, o México serve-se bem à mesa
Alex é natural do México. Apaixonou-se em Nova Iorque. Dos EUA só seguiu para Lisboa para casar com a mulher, portuguesa, que lhe trocou as voltas à vida. Já por cá, e como apaixonado e embaixador da gastronomia do seu país que é, Alex entendeu não haver um restaurante que realmente representasse a gastronomia mexicana. Por isso, fala com o primo Marco, chef, e decidem-se a recuperar algumas receitas de família, da avó. E abrem o Boca Linda, em Lisboa, que em pouco conquistou clientes que ali voltam, sugerem e repetem.
O Boca Linda é um espaço sem pretensões a não ser outra coisa que não seja isso mesmo, sem pretensão. O ambiente é jovem e a boa selecção de música ajudam a baixar a guarda e apreciar, só. Por vários motivos. Primeiro porque assim que se chega há um shot de margarita que chega à mesa, oferta da casa. Um gesto em jeito de mimo que, acredite, se agradece.
Depois, porque o ambiente da cozinha que quase se funde com a sala como que projecta boas vibrações e nos faz querer pedir tudo o que por ali se está a fazer. Depois, ainda, porque a simpatia de quem atende leva-nos a confiar nas sugestões e entregar-nos, sem medo.
Alex diz que no Boca Linda se pode provar um pouco de diferentes regiões do país, sendo que a street food esteve um pouco na base do desenho do menu. Nós começámos de forma algo mais tradicional a experimentar o guacamole com chapulines e gafanhotos fritos – «no México é habitual e regra geral pomos por cima do guacamole», sugere Alex numa indicação que seguimos. Seguimos para um belo ceviche em jeito de trilogia, ainda demos espaço ao taco de camarão que se recomenda a quem quer que vá ao Boca Linda, e conseguimos arranjar gula para uma tostada de atum que é divinal.
Claro que sim, fechámos com sobremesas e se é dos que gosta de bolo de chocolate – como eu – nem hesite em pedir que este traz picante consigo, numa viagem verdadeiramente afrodisíaca.
Para além das várias opções de ceviches, quesadilhas, tacos e ensaladas, o Boca Linda também tem pratos de partilha como o Pescado Bicolor, o Pulpo Zarandeado, Tuétano com Esquites e a Arrachera.
Para acompanhar, há toda uma carta de sugestões em formato de cocktails Mezcal, Michelada e Margaritas. Nós, como havia que trabalhar no dia a seguir, ficamos pelo vinho branco…
Texto de M.ª João Vieira Pinto