No Brilhante não são só as luzes que brilham!
Se é dos que gostava (e gosta) da Sala de Corte do chef Luís Gaspar, este artigo é para si. Se é dos que nunca lá foi, este artigo também é para si. Tudo porque o chef decidiu dar mais um passo na sua presença em Lisboa e, não muito longe do primeiro, abriu novo espaço que em muito faz lembrar as elegantes brasseries francesas. Deu-lhe o nome de Brilhante e diria que fez bem, já que ali há muitos elementos que brilham: desde o bar espelhado logo à entrada, o latão escolhido como um dos elementos de decoração, os candeeiros, até, claro, aos pratos elaborados.
Senti-me bem no Brilhante. O ambiente é clássico e de conforto, como de conforto foi, também, a comida que chegou à mesa.
A cozinha ocupa todo o centro do restaurante e permanece à nossa vista, sempre. Em torno desta, um grande balcão em pedra com 26 lugares para os apreciadores de barra, como é o meu caso. Logo atrás, como que pequenas cabines em jeito de mesa para quatro e que contornam três das paredes. Tudo isto em tons que são quentes, entre o carmim e o vermelho-vivo, a aconchegar.
O primeiro convite é que se experimente um cocktail, sendo que a estrela da companhia no bar é o whisky – com mais de 50 referências. Preferimos passar, até porque fomos ao almoço, e entregar-nos à carta.
A estrela da companhia é o Bife à Brilhante, um prato inspirado no clássico lisboeta Bife à Marrare, mas que agora se apresenta com uma receita aperfeiçoada pelo chef e a sua equipa. Como carne não é para mim, deixei-me seduzir por outras sugestões. Para começar umas ostras fresquíssimas, seguidas do Salmão Gravlax (temperado no ponto) e de uns irrepreensíveis Ovos em Cocotte. Continuei por um arroz de lavagante que, mesmo já bem aconchegada, repeti e repeti. Diz que o Linguado Meunière também merece atenção, pelo que vou ter que voltar para o provar e comprovar.
Nos acompanhamentos, o destaque vais para a Tartiflette au Reblochon, Puré de Batata Trufado e as Batatas Fritas. Pois, pelo meio – entre entradas e prato principal – acredite ou não ainda picámos umas batatas. E ainda bem, que bem o merecem ou não resultassem da técnica de dupla fritura. Experimente, se tiver coragem, e depois diga!
Claro que um almoço destes não é almoço destes se não se meter a colher nos doces. Ali, a pastelaria francesa tem lugar de destaque, estando a execução a cargo da chef de pastelaria residente, Ângela Granho, sob a alçada de Claiton Ferreira, chef executivo de pastelaria da Plateform. Também aqui há quem reine: o Soufflé de Avelãs de Piemonte e Chocolate. Como já não havia gula nem espaço mental, ficámos pelo belo do leite creme! Mas, lá está, também vamos querer experimentar na nossa próxima “viagem”.
Texto de M.ª João Vieira Pinto