O Líbano aqui ao lado

Em Beirute, tinham um restaurante. Após a explosão de 2020, decidiram embalar a vida e partir. Chegaram a Portugal com a certeza de que tinham que montar negócio. Meses depois, Jad, a mãe Bassima e com a ajuda do chef Joussef Youssef, amigo libanês, abririam as portas da Padaria Libanesa bem nas Janelas Verdes, em Lisboa. E ainda bem que o fizeram!

Jad Harb é formado em Finanças mas com sensibilidade que chegue para receber clientes e saber partilhar sabores. O espaço é pequeno, mas, assim que se passa a porta, apetece ficar. Pelo ambiente cozy e pelos aromas que remetem para o Oriente, e que chegam dos vários tabuleiros bem expostos no balcão principal. Desde pães a manouches ou baclavas,

São diferentes as ofertas e que garantem já uma mão cheia de clientes regulares. É fácil perceber porquê.

Depois de uma pequena explicação inicial de algumas propostas do dia, decidimo-nos por um pequeno conjunto de jóias da coroa. Um Zaatar  (7 euros), pão libanês coberto com zaatar, e uma pita, pão libanês natural, que acompanharam um mais que perfeito hummus (3,5 euros) e um muhamarra (4 euros), traduzido num incrível molho de pimenta vermelha com nozes e coberto de melaço.

Posso-lhe dizer que sim, são entradas, mas satisfazem q.b.

Seguimos então para um Manouch de espinafres (5 euros). Pense numa pizza só que… diferente. O que nos chegou à mesa foi nem mais que uma mistura de espinafres, tomate, cebola, sumagre e azeite, envoltos num pão ázimo e cebolas assadas. Confesso que tivemos que desapertar o botão das calças!

Para quem gosta pouco de legumes e vegetais há várias outras opções, como o Manakeesh de frango Taouk (8 euros) ou Manakeesh Sujuk (8 euros) — com salsichas grelhadas e refogadas em molho de tomate.

As alternativas não ficam por aqui. Na Padaria, também encontra outros pratos como a Shakshuka (7 euros), ovos cozinhados em molho de tomate com cobertura de queijo feta, ou Feta assado (6 euros) e sanduíches.

Para sair com a boca doce, nada como uma boa sobremesa ao bom estilo libanês. A mais pedida é, claro, a Baklava (1,8 euros), feita com massa filo, manteiga Ghee e água de rosas; mas também há Tahinov (2 euros), torta de queijo doce com crosta de semolina e calda. Nós ficámos pela proposta de café com cardamomo (1 euro) e uma maamoul (75 cêntimos) que se apresenta em formato de bolacha com farinha de semolina, coberta com uma camada de tâmara.

O menu, diz Jad, pode variar, sendo que as principais referências – ou as mais pedidas – se mantêm, como o hummus ou a baklava.

Com um bom ritmo de clientes, a ideia pode passar pela abertura de uma segunda Padaria Libanesa, também em Lisboa. Para já, recebe nesta sua Padaria, tem take-away, delivery e fornece pequenos caterings – à medida do cliente. É que, por enquanto, Jad e a família querem continuar a servir com generosidade, cuidado e muito sabor por ali. No primeiro canto que abriram para contar histórias de sabores da sua terra, o Líbano.

A Padaria Libanesa está aberta todos os dias, excepto segundas-feiras, das 10 da manhã às 22h! Já passou por lá?

Texto de M.ª João Vieira Pinto

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