5 sinais de que não estás a comer o suficiente

Por Isabel Pedroso Silva, certificada em Microbiota e Saúde Intestinal e Comportamento Alimentar

Stress, agendas preenchidas, dietas restritivas, falta de conhecimento nutricional, algumas patologias e a agitação da vida cotidiana podem impactar o nosso apetite e a forma como o corpo regula a fome.

Seja qual for a causa, não comer alimentos suficientes durante o dia e privar o corpo de nutrientes pode manifestar-se de várias formas, alterando o metabolismo endócrino.

Vejamos cinco sinais, não tão convencionais, que o corpo envia quando não está a receber as quantidades adequadas de proteínas, hidratos de carbono, gorduras, vitaminas e minerais suficientes:

  1. Queda de cabelo e unhas quebradiças

    Caso não estejas a comer o suficiente durante o período diurno, ou, por alguma razão gastrointestinal, não estás a digerir correctamente os nutrientes, os órgãos de maior prioridade, como o cérebro, coração e pulmões, assumirão a liderança na obtenção desses nutrientes, pouco restando para o cabelo, pele e unhas. A saúde do cabelo, da pele e das unhas está intimamente ligada ao que comemos e à quantidade de vitaminas e minerais que o corpo absorve. Aumenta a ingestão de alimentos que ajudam a produzir mais queratina, incluindo fontes proteicas como o ovo, carnes brancas e peixes. Inclui, ainda, hortícolas de folhas verdes escuras como os espinafres, leguminosas como o feijão, aveia e frutos vermelhos.
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  2. Baixa energia durante a manhã ou tarde

    Se te sentes exausto há várias semanas, independentemente da qualidade do sono, talvez seja hora de reavaliar a alimentação. Vemos isto em casos de dietas com baixo teor de hidratos de carbono complexos, como batatas, arroz, leguminosas… Visto que os hidratos de carbono ricos em amido são a principal fonte de energia rápida do corpo, faz sentido que a sua restrição possa levar a níveis de energia abaixo do ideal. Ignorar a fome, optando por beber água ou café, é, também, uma prática não saudável que afectará o funcionamento correcto do corpo e os níveis de energia.
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  3. Tonturas

    Se estás continuamente fraco e com tonturas, não sabendo a razão, começa por dar uma vista de olhos na ingestão de alimentos ao longo do dia, optando por aumentar a qualidade e quantidade no período diurno. Para um lanche rápido, come algo com hidratos de carbono e proteínas ou gorduras, para ajudar a estabilizar os níveis de açúcar no sangue, como uma peça de fruta com manteiga de amêndoa. Porém, se as tonturas persistem após as mudanças na alimentação e no estilo de vida, conversa com o teu médico para descartar outras causas.
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  4. Fraca cognição e produtividade

    Esquecimento e procrastinação acontece a todos, mas, se frequente, é mais uma forma de comunicação do corpo, pedindo que verifiquemos a nossa alimentação diária. Adiar almoços, interromper o horário normal das refeições para assistir a reuniões ou atender chamadas e, inclusive, reduzir a quantidade de nutrientes ao almoço impactará na energia que o corpo precisa para continuar as suas tarefas, afectando a memória, cognição e produtividade.
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  5. Sentir frio

    É necessário ingerir uma quantidade substancial de alimentos para manter o corpo aquecido enquanto executa outras funções. Se essa ingestão é insuficiente, o corpo, possivelmente, não conseguirá realizar a termogénese com eficiência, um processo que ajuda o corpo a gerar calor através da digestão. Existem estudos a sugerir que as pessoas que seguem uma dieta restritiva têm temperaturas corporais mais baixas do que aquelas que não seguem.

A maior ilação deste artigo é estar, consistentemente, atento e em sintonia com os sinais que o corpo vai enviando, de maneira a evitar a acumulação de más escolhas que podem extrapolar para outras condições de saúde mais graves. Utiliza estes cinco sinais para começar a avaliação o teu dia e trazer mais equilíbrio à rotina alimentar, actuando na prevenção.

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