22% dos portugueses partilha dados de saúde se isso lhes permitir viajar
O que faria para poder viajar para o estrangeiro? Um estudo realizado pela Kaspersky mostra que 22% dos portugueses está disponível para partilhar os seus dados de saúde se isso lhes permitir embarcar num avião, por exemplo. Há também quem se mostre motivado a partilhar os dados de saúde para assistir a eventos (13%), visitar um bar ou restaurante (10%).
No geral, considerando nove países europeus analisados, os portugueses são mesmo os mais disponíveis a partilhar informações para ultrapassar a pandemia (58%), sejam elas de saúde, localização ou contacto.
Em França, por exemplo, somente 36% dos cidadãos inquiridos demonstra a mesma disponibilidade. Também em Espanha, se nota um nível mais baixo, ficando-se pelos 40%. Estes números contrastam com a média de 47% dos europeus.
Dados meus, dados meus
O mesmo estudo indica ainda que a maioria dos portugueses considera a privacidade dos dados muito importante. No entanto, menos de metade acredita que realmente controla o número de organizações que têm acesso aos mesmos. Nesse sentido, a maioria teme que os seus dados possam cair nas mãos erradas nos próximos dois anos.
«Desde o início da pandemia, os governos em toda a Europa têm procurado formas de controlar a propagação do vírus para reabrir as suas economias, bem como os sectores de hotelaria e turismo. No entanto, menos de metade dos europeus confia nos seus governos quando se trata de partilhar informações pessoais», comenta David Emm, investigador principal de segurança da Kaspersky.
O mesmo responsável sublinha que se, por um lado, muitos consumidores europeus estariam dispostos a ceder os seus dados pessoais em troca de mais liberdades e de um regresso à normalidade, por outro, é «importante que os governos garantam que suas políticas de recolha e armazenamento de dados sejam fortes o suficiente para este tipo de informação sensível, a fim de construir confiança e superar a pandemia com segurança».