Uma viagem com seis décadas
Fundada em 1959, a Lusanova foi uma das primeiras agências de viagens a surgir especializada em circuitos turísticos de autocarro para o mercado nacional. A década de 60 marca o início do desenvolvimento do Turismo em Portugal. Numa altura onde viajar de avião ainda era muito caro para a maioria dos portugueses, a melhoria da rede rodoviária nacional e respectiva ligação à rede rodoviária europeia, aliada a um crescimento económico do País, que se reflectiu num aumento do poder de compra das famílias portuguesas e numa generalização do conceito de férias pagas, fizeram com que a Lusanova aproveitasse a conjuntura e conseguisse progressivamente consolidar-se como um operador turístico especialista em circuitos turísticos.
Inicialmente vocacionada, em função da época, para os circuitos de autocarro, a empresa soube investir na diversificação do seu core business, tendo sido capaz de evoluir em função dos tempos, da procura e das exigências dos portugueses, bem como dos conhecimentos que foi adquirindo ao longo dos anos.
No entanto, e apesar desta evolução, o seu core business manteve-se o mesmo. Como há 60 anos, o importante era – como é – as visitas a locais de interesse cultural e histórico, as experiências, as paisagens e o conhecimento que podiam oferecer aos portugueses. Ou seja, o sentido de conhecimento e enriquecimento cultural que cada viajante podia alcançar através dos circuitos.
Hoje, como operador turístico, a Lusanova trabalha com todas as redes de agências de viagens nacionais, onde disponibiliza para
venda os seus destinos e dá formação contínua a todos os agentes de viagens que vendem programação Lusanova. «Fomos procurando sempre evoluir, até chegarmos onde estamos hoje, em que temos contactos com fornecedores e cadeias hoteleiras em todo o mundo, orçamentamos viagens para todos os pontos do globo e dispomos de escritórios em Portugal (Lisboa e Porto) e no Brasil (São Paulo, Rio de Janeiro e Recife)», sublinha Luís Lourenço, director-geral da Lusanova. O mesmo responsável garante que o que se mantém constante é a disponibilidade da empresa para servir: «A nossa curiosidade em conhecer novos destinos e oferecer novas experiências aos viajantes que queiram conhecer o mundo de uma forma organizada, em segurança e na melhor relação qualidade/preço.»
E a evolução tem sido constante. Primeiro, através dos circuitos em autocarro, depois através dos circuitos que já incluíam avião e autocarro. Inicialmente com circuitos em Portugal e Espanha, depois com circuitos por toda a Europa e hoje com circuitos, city breaks, cruzeiros e destinos de lua-de-mel em todo o mundo. Estão também presentes no mercado, através da central hoteleira Lusahotéis, proporcionando pesquisas online de mais de 50 mil hotéis por todo o mundo.
Luís Lourenço lembra que um dos momentos decisivos deste percurso foi a estratégia de internacionalização para o Brasil. Na década de 90 tiveram alguns pedidos do Brasil e, na altura, pareceu-lhes uma oportunidade de investimento. «Foi fundamental para o nosso crescimento nas décadas seguintes, pois entrar nesse mercado foi uma oportunidade de aumentar as nossas fronteiras de mercado, com mais clientes e dimensão como empresa.» Apesar de ter sido um processo moroso e difícil, hoje têm distribuidores por todo o Brasil e, em algumas cidades (como Salvador, Fortaleza, Campo Grande e Belo Horizonte), têm promotores exclusivos.
Ciente de que hoje o turismo está a viver mudanças significativas, a Lusanova não tem dúvidas de que a grande diferença está no cliente. «A globalização trouxe a internet, e com ela veio mais informação, mas não mais conhecimento. Hoje já não existe massificação e cada vez mais o turismo trabalha com vários nichos de mercado, cada um deles tão importante como os outros», assegura o director-geral. E lembra que as gerações mais novas são uma tendência a seguir, pois deixaram de ser apenas consumidores e passaram a gostar de fazer as suas próprias pesquisas e a criar os seus próprios conteúdos.
«Nesse sentido, privilegiar a liberdade de quem quer viajar tornou-se fundamental e os operadores devem adaptar a sua programação para esta nova tendência do consumidor. É aqui que as agências e os operadores fazem toda diferença: ajudar o cliente a chegar e conhecer o destino, respeitando a sua liberdade de pesquisa, escolha e gestão da sua viagem», acrescenta.
No entanto, apesar desta tendência, a Lusanova acredita que irá continuar a existir sempre espaço para os operadores turísticos e agências de viagens, «porque determinadas viagens têm sempre de ser organizadas para que os viajantes possam em segurança apreciar os locais e viver as experiências que idealizaram». Os agentes de turismo apenas têm de focar o seu negócio para esta nova realidade e adaptar a sua programação para estes nichos de mercado.
Para a Lusanova esta tendência já é uma realidade, e mesmo nas viagens organizadas, como nos circuitos europeus, os itinerários incluem a possibilidade de o cliente escolher o que quer visitar em determinadas cidades. Não têm o conceito de tudo incluído. Optam por incluir em cada itinerário tempo livre para que o cliente possa organizar algumas visitas de acordo com a motivação da sua viagem. Deste modo, em cada itinerário, oferecem um conjunto de visitas opcionais, que o cliente pode incluir no seu programa. Para além disso, todos os circuitos são acompanhados por guias profissionais, que podem aconselhar os clientes nas várias opções que cada circuito inclui, quer ao nível das refeições, quer ao nível das visitas a monumentos.
A empresa tem em consideração que os clientes não são todos iguais. O cliente que faz um circuito europeu ou um grande destino pode ser diferente do cliente que procura um cruzeiro ou mesmo um circuito de autocarro. «No entanto, o nosso cliente, de um modo geral, é mais do que um turista, é um viajante. Para nós, é uma pessoa que quer conhecer um determinado destino e toda a programação é feita nesse sentido: dar ao cliente os serviços necessários para que ele usufrua das suas férias, mas também conheça e traga do destino que foi conhecer o que ele pretende.» Entre os clientes encontram-se pessoas na faixa etária dos 30 anos, chegando até àqueles que têm mais de 65 anos, normalmente já com filhos crescidos e com algum poder de compra.
Dentro da programação tradicional da Lusanova, os destinos mais procurados continuam a ser a Europa Ocidental, Ásia, Norte de África e América do Sul. Das novidades deste ano, a Turquia e a África do Sul foram os destinos mais procurados, o que fortalece a aposta na diversificação da programação ao nível dos grandes destinos. Por fim, com agrado a empresa regista um aumento dos city breaks com reserva online, nomeadamente para cidades europeias, face a dados de 2018.
Para o final do ano, a Lusanova aumentou a oferta, onde destaca os mercados de Natal em Munique, Riga ou Tallinn.
Em Portugal e Espanha este ano apresentam o final do ano em Santiago, Granada, Madrid ou Sevilha e, no resto da Europa, também apresentam uma oferta diversificada, com vários circuitos em Itália, Polónia, Alemanha e Croácia (Dubro vnik). Contam ainda com cruzeiros nos principais rios da Europa e fim de ano nas Caraíbas.
Para a temporada de Inverno que irá até Março de 2020, destacam o circuito Alemanha Romântica, os circuitos Istambul e Capadócia e o circuito Polónia Completa.
Entre as prioridades estratégicas da Lusanova estão a consolidação e o crescimento pela diversificação do negócio. «Temos de fortalecer e acrescentar todos os anos alguma criatividade e novidade aos produtos que colocamos no mercado. Queremos crescer e estamos sempre atentos às oportunidades dentro da nossa área», refere.