Sabe o que acontece com a sua temperatura depois consumir álcool ou drogas? Este médico explica

Os jovens estão a beber mais cedo e com situações de embriaguez severa. É isto que revela o relatório anual sobre a situação de Portugal em matéria de drogas e toxicodependências e álcool referente ao ano de 2023, do Instituto para os Comportamentos Aditivos e as Dependências (ICAD).

Segundo o documento, que tem em conta dados de 2022 e 2023, “verificaram-se agravamentos ao nível das idades de início dos consumos, das prevalências do consumo recente e atual, das de embriaguez severa e dos consumos de risco elevado/nocivo e da dependência”, reforçando por isso “a tendência de aumento da dependência desde 2012, que quase quadruplicou em dez anos”.

Em Espanha, este tipo de dados também foi analisado. Com base nestes, o hepatologista Ramón Bataller foi convidado no podcast “Herrera en COPE” para explicar os riscos do consumo de álcool e cocaína, especialmente entre os jovens.

O hepatologista explicou o que acontece com a temperatura corporal quando consome álcool em excesso e consome cocaína ao mesmo tempo. “Provavelmente, acontece algo um pouco bipolar. Inicialmente, o álcool é um vasodilatador, na verdade um dos sinais de que você está a beber [a mais] é que seu rosto fica vermelho e isso é a termogénese”, começou por indicar.

“Um estudo que fizemos há anos mostrou que em países mais frios, com menos sol e clima mais frio, as pessoas bebem mais, em parte porque o álcool é termogénico. O problema é que, a longo prazo, o álcool e a cocaína podem inibir o sistema nervoso e causar diminuição do fluxo sanguíneo”, continua o médico.

Ora, sendo a cocaína “um bom vasoconstritor, tem o efeito oposto”. Ou seja, “por mais que se sinta eufórico e desinibido, os seus membros e até mesmo o seu coração podem perder fluxo sanguíneo”, conclui o hepatologista.

Daí o efeito “bipolar”, mencionado pelo especialista, no que diz respeito à sua temperatura corporal.