A Quinta Dona Sancha nasceu em 2018, em Silgueiros, no coração do Dão, inspirada pelo amor à terra e pela tradição vinícola de uma das regiões mais antigas e prestigiadas de Portugal.
A sua designação fica a dever-se a Dona Sancha Gonçalves, Senhora da Honra, que povoou o local, dotando-o de terras e vinhas para cultivo no século XII, proporcionando a fixação da população.
Este projecto dedica-se ao sector vitivinícola e continua, actualmente, a aumentar em área, contando com cerca de 57 hectares. Representa um investimento de cerca de 5 milhões de euros pelo fundador e produtor, Rui Parente, prevendo-se ainda em 2026 a inauguração de um espaço de enoturismo com características e experiências diferenciadoras, localizado na moldura viva que são as encostas “penteadas” pelos vinhedos. Uma forte aposta no sector do vinho e do turismo nesta região.
Distinguindo-se pela capacidade de se manter fiel à origem, na Quinta Dona Sancha prioriza-se a mão-de-obra local com colaboradores com idades compreendidas entre os 30 e os 80 anos, processos culturais manuais e o respeito pelo ambiente. Exemplo deste compromisso é o olhar da equipa de enologia, composta por Paulo Nunes, enólogo consultor reconhecido e premiado nacional e internacionalmente; Diogo Santos, enólogo residente; e Filipe Oliveira, responsável de viticultura, que juntos equilibram tradição e modernidade, respeitando o terroir, criando vinhos autênticos que reflectem a essência do Dão.
O pilar da enologia assenta no olhar para a viticultura que teve sucesso no seu tempo, e que traz à luz dos dias de hoje, com o auxílio da ciência, processos e opções que permitam a preservação de castas autóctones antigas, como a Tinta Pinheira, Tinto Cão ou Tinta Carvalha.
Estas variedades têm sido recentemente estudadas, reintroduzidas e exploradas nas vinhas, reforçando a autenticidade da produção. O resultado? Vinhos de identidade, que reflectem a terra, as condições edafoclimáticas e o modus operandis dos locais, aliado ao turismo de experiência rural, diferenciado e com requinte.
A ligação ao território é o verdadeiro fio condutor deste projecto e, para Rui Parente, é essencial «valorizar e proteger as particularidades deste território único», em referência à Sub-Região de Silgueiros. O compromisso traduz-se em tirar partido dos recursos de forma equilibrada e sustentável, sem esquecer a herança histórica e natural que o distingue. O objectivo é claro: «Criar vinhos de identidade, honrando a tradição. » Acrescenta que «pretendemos que a prova dos nossos vinhos confira memórias do local, das gentes e das práticas que ali se continuam a ter, e que não haja dúvidas que naquele copo está o Dão no seu estado mais puro».
A quinta insere-se numa paisagem de grande beleza natural, entre granito, pinhais, carvalhos e o rio Dão. O solo granítico, a altitude e a exposição solar conferem às castas condições ideais para crescer de forma equilibrada, proporcionando a criação de vinhos com frescura, mineralidade e de grande complexidade aromática, sendo uma expressão fiel das terras do Dão.
Com a produção de 13 vinhos distribuídos em quatro gamas, e várias distinções alcançadas, a nível nacional e internacional, entra no mercado do Brasil há cerca de seis meses. Em portefólio destacam-se referências como o Quinta Dona Sancha Encruzado, um monocasta branco elegante e fresco; o Dona Sancha Vinha da Avarenta Tinto, intenso e estruturado; e o Dona Sancha Rosé, vibrante e frutado, produzido com castas autóctones como Jaen, Tinta Pinheira, Baga e Tinto Cão. Os vinhos da marca podem ser encontrados em garrafeiras e parceiros da restauração.
O futuro reserva novidades e novas experiências. Está previsto ainda e para este ano o lançamento de três novas referências de gama superior, que prometem surpreender no que diz respeito à qualidade.
A Quinta Dona Sancha pretende continuar a afirmar-se como um projecto onde tradição, carácter e excelência caminham lado a lado.
Com vinhos de qualidade, práticas sustentáveis e uma visão de futuro ambiciosa, é já uma referência no panorama vitivinícola português.
Assim eram os antigos, olhavam e viam o milagre que a vinha iria dar…
Este artigo faz parte do Caderno Especial “Vinhos, azeites e bebidas espirituosas”, publicado na edição de Outubro (n.º 351) da Marketeer.
