Quem é a Geração Z em Portugal?
Portugal conta com cerca de 2,57 milhões de jovens pertencentes à Geração Z. Como se caracteriza este grupo de cidadãos, nascidos entre 1994 e 2009, quais são as suas preocupações e motivações?
Algumas respostas podem ser encontradas num estudo realizado pela Deusto Business School (Madrid), em parceria com a Atrevia. Os resultados têm por base um inquérito realizado a 381 jovens portugueses, na sequência de um estudo semelhante realizado em Espanha. Cidadãos Z, Talento Z e Consumidor Z são os três eixos da análise, promovida Iñaki Ortega, director da Deusto Business School.
Cidadãos Z
O estudo descobriu que 62% dos jovens Z em Portugal consideram que o País está num momento de aversão política. Além disso, 56% mostra inquietação e preocupação política, ainda que em graus diferentes (apenas 27,1% diz preocupar-se bastante).
Quanto aos aspectos da sociedade actual que mais preocupam esta geração, destaque para a pobreza, corrupção e desemprego juvenil. Para alterar a estagnação que entendem estar a atravessar o País, consideram que é necessário investir na educação, apoiar empreendedores e apoiar PMEs.
“Rompe-se o mito de que esta geração não se define, nem estudando nem trabalhando. Trata-se de uma geração que se preocupa com o seu futuro, valorizando muito significativamente no seu trabalho ideal a conciliação com outras facetas da vida”, refere ainda o estudo.
Talento Z
Resumindo, os Z não querem só trabalhar. Eles pretendem viver uma experiência. Perante esta premissa, os jovens desta geração procuram empresas próximas da sua forma de entender o mundo: conectado, transparente e audiovisual. Esperam também bom ambiente, conciliação e desenvolvimento.
Para 52,2%, o seu emprego ideal é montar a sua própria empresa ou trabalhar por conta própria. Somente 24,6& pretende ser assalariado numa empresa privada e 9,3% trabalhar na Função Pública. Relevante ainda o facto de 14% não saber a sua preferência.
Consumidor Z
Os jovens da Geração Z tendem a ser fiéis às marcas mas as decisões finais podem depender de outros factores: 46,7% refere que as suas escolhas dependem muito do tipo de produto e 37% das marcas que lhes transmitem mais confiança. Os Z dos 14 aos 18 anos são os que tendem a fixar-se mais num produto ou marca (40%).
Assim, preço acessível, repostas imediata às suas necessidades, marca responsável que respeita o ambiente, imagem de marca de qualidade e marca que use linguagem próxima da minha são os factores mais apontados relativamente à realização de uma compra.
Além disso, o mesmo estudo revela que a internet e as páginas web são as principais fontes de informação dos Z para as suas actividades diárias. Porém, no que concerne a informação política, a televisão é a grande vencedora.
Conclusões
Iñaki Ortega conclui que a Geração Z é, em traços gerais, uma geração irreverente, exploradora, apaixonada, inovadora e, potencialmente, mais focada em si própria. É também muito profissional e empreendedora, composta por cidadãos envolvidos e informados.
A par disso, trata-se de uma geração que aplica o seu pragmatismo e procura constante pela inovação em todas as vertentes da sua vida. São como peixes na água na nova lógica digital e querem tirar partido dela. Também valorizam e preservam a sua individualidade, dão prioridade às suas paixões e não querem apenas estabilidade – querem sentir-se realizados.