60% das pesquisas já não geram cliques. O novo desafio da IA para as marcas

O aumento do uso de motores de busca com Inteligência Artificial (IA) e dos resumos automáticos está a transformar a forma como as pessoas pesquisam online.

Assim, tendo em conta que as respostas são fornecidas diretamente nas páginas de resultados, existe uma redução significativa nos cliques para sites externos, afetando o tráfego orgânico da web em 15% a 25%.

O relatório da Bain & Company, “Goodbye Clicks, Hello AI Zero Click Search”, revela que 80% dos consumidores confiam em respostas geradas por IA para pelo menos 40% das suas pesquisas. Existem duas grandes mudanças que impulsionam esta tendência:

  • Resumos de IA em motores de busca tradicionais – Cerca de 60% das pesquisas terminam sem que o utilizador clique em nenhum site. Mesmo entre os mais céticos quanto à IA generativa, metade afirma obter respostas diretamente na página de pesquisa.
  • A ascensão dos grandes modelos de linguagem (LLM) – Plataformas como chatbots de IA estão a tornar-se alternativas às pesquisas tradicionais. Cerca de 68% dos utilizadores usam-nas para recolher informações, 48% para aceder a notícias e meteorologia, e 42% para recomendações de compras.

“Durante anos, os marketeers digitais têm-se focado na otimização de rankings de motores de busca para impulsionar a projeção da marca e o tráfego para os seus sites”, disse Natasha Sommerfeld, partner das práticas de Tecnologia & Serviços na Cloud e de Cliente da Bain & Company.

“Agora, os resultados de pesquisa gerados por IA estão a alterar o paradigma, e a otimização para SEO já não é suficiente. As marcas precisam de evoluir ou arriscam perder visibilidade na jornada do cliente e controlo sobre o posicionamento da sua marca, numa realidade em que os cliques tradicionais estão a desaparecer”, acrescenta.

Para manter a competitividade, a Bain & Company sugere três estratégias fundamentais para os marketeers:

  • Otimizar para IA – Criar conteúdos adaptados à pesquisa semântica, focando-se em palavras-chave de alta intenção.
  • Diversificar formatos – Incluir vídeos e conteúdos interativos para aumentar a relevância nas pesquisas com IA generativa.
  • Redefinir métricas – Substituir a análise baseada em cliques por métricas como impressões e alcance de IA, focando-se no impacto sobre conversões.

Com a ascensão da pesquisa sem cliques, a adaptação a esta nova realidade é essencial para manter a relevância no mercado digital.