Papel higiénico enche carrinho dos portugueses: vendas sobem 200%
Com o País a viver um período de quarentena, consequência da evolução da pandemia do COVID-19, o consumo acentuou-se e os produtos de higiene pessoal e do lar e alimentação dominaram a lista de compras dos portugueses.
A confirmar a corrida às lojas, em todo o território nacional, está o assinalável aumento de 65%, entre 9 e 15 de Março, da compra de bens de grande consumo nos hipers e supermercados, face ao mesmo período do ano passado, como mostra a segunda edição do Barómetro semanal da Nielsen, divulgado esta segunda-feira.
O estudo mostra ainda que persiste a preocupação acrescida entre os portugueses com o armazenamento de produtos de higiene pessoal e do lar (com um aumento de 95% na semana 11 face à semana homóloga) e produtos alimentares (numa subida de 91%).
Nos produtos de Higiene Pessoal e do Lar, é o papel higiénico que regista o maior crescimento (acima dos 200%) mas lenços, rolos e guardanapos, produtos para roupa e loiça, limpeza do lar, higiene corporal, fraldas/toalhetes e cuidados de saúde também ultrapassam o dobro das vendas.
Já no que respeita à alimentação, as conservas e produtos básicos mantêm-se no topo, com crescimentos acima dos 200%. produtos instantâneos, alimentação infantil, congelados e azeite/óleos/condimentos e temperos crescem também de forma muito acentuada, ultrapassando o dobro das vendas na semana 11 (crescimentos superiores a 100%).
Saúde e quarentena ditam o ritmo
A Nielsen identifica as seis etapas de adaptação do consumidor perante esta nova realidade: a compra proactiva de Saúde, a gestão reativa da Saúde, a preparação da despensa, a preparação para quarentena, a vida com restrições e a vida sob uma nova normalidade.
Na semana em análise (semana 11), a Organização Mundial de Saúde declarou o COVID-19 como pandemia e foi anunciado o encerramento de todas as escolas. Foi também nesta semana que o continente europeu se tornou o epicentro deste surto.
Preparar a despensa foi uma preocupação transversal em todo o território. A preocupação com o armazenamento foi sentida, de forma global, em todo o território nacional, com fortes crescimentos em todos os distritos (entre 59 e 74%).
De forma notória, assistimos a um crescimento no valor de vendas face ao período homólogo (para a semana 11) nos distritos de Bragança – que se destaca com mais 74% –, Santarém, Guarda, Setúbal, Lisboa, Leiria, Porto e Vila Real.
Crescimento em todas as tipologias de lojas
O crescimento verificado nesta semana de análise acontece em todas as tipologias de lojas: Hipers crescem 60%, Supers Grandes 75% e Supers Pequenos 57%, não havendo já nenhum que se destaque de forma evidente.
«Depois desta verdadeira corrida às lojas para prepararem a sua despensa, os portugueses passam para uma nova fase: a preparação para a vida em quarentena. Nessa nova etapa, a procura pelo online começa a ser cada vez mais evidente e poder-se-ão notar algumas diferenças nas tipologias de loja escolhidas. Será também interessante verificar o impacto que o anúncio do fecho de estabelecimentos comerciais poderá ter no retalho alimentar e nas decisões de compra dos consumidores portugueses», comenta Marta Teotónio Pereira, Client consultant senior da Nielsen.