Novo tratamento para a ansiedade infantil

Um estudo publicado no “Journal of the American Academy of Child and Adolescent Psychiatry” (JAACAP) indica que um tratamento 100% baseado nos pais, designado por Space, é tão eficaz quanto a terapia cognitiva-comportamental individual, habitualmente utilizada para tratar perturbações de ansiedade nas crianças e adolescentes. As perturbações de ansiedade mais comuns na infância – fobia social, ansiedade de separação, ansiedade generalizada – são causadoras de um sofrimento relevante nas crianças e respectivas famílias.

O novo estudo envolveu 124 crianças diagnosticadas com perturbações de ansiedade e definiu, de forma aleatória, que uma parte recebesse a actual terapia cognitiva-comportamental e outra parte fosse alvo do tratamento Space, desenvolvido pela equipa de investigação do centro de estudos da faculdade de medicina de Yale, liderada pelo médico Eli Lebowitz.

O tratamento Space consiste em ensinar os pais a ajustarem alguns comportamentos e a responderem aos sintomas de ansiedade da criança de uma forma solidária, mostrando que aceitam o sofrimento genuíno da criança, e transmitindo confiança na capacidade da criança para lidar com a perturbação.

Os investigadores constataram que as crianças cujos pais participaram em 12 sessões de tratamento Space registaram uma maior probabilidade de superar a sua perturbação do que as crianças que participaram em 12 sessões de terapia cognitiva-comportamental individual.

Geralmente, as crianças ansiosas procuram a ajuda dos pais para lidar com a sua ansiedade e para evitar as coisas de que têm medo. De forma frequente, os pais de crianças ansiosas ficam enredados nos sintomas dos filhos através de um processo conhecido por acomodação familiar. Por exemplo, uma criança que sofre de ansiedade de separação pode “exigir” que os pais fiquem em casa consigo ou que durmam juntos, na mesma cama.

Já os pais de crianças com fobia social, têm o hábito de falar pela criança e evitam receber convidados em casa. Várias pesquisas indicam que a acomodação familiar pode contribuir para manter os sintomas de ansiedade da criança ao longo do tempo.

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