Noesis: «Já não se fazem campanhas só porque achamos que vai ter impacto»
Data Literacy consiste na capacidade de aceder, ler, interpretar e demonstrar os insights identificados e, posteriormente, agir e tomar decisões com base neles, explica-nos Ricardo Rocha, director de Marketing e Comunicação da Noesis, consultora de tecnologias de informação. Mas por que razão são os dados tão importantes para as estratégias elaboradas pelos profissionais de Marketing?
No fundo, porque são a essência do processo de tomada de decisão nesta área. «Vivemos na era da analítica, em detrimento do “achismo” ou da intuição», diz Ricardo Rocha. «Já não se fazem campanhas só porque achamos que vai ter impacto, porque são disruptivas ou ‘fora da caixa’. As decisões são tomadas com base em dados e as estratégias implementadas devem ser medidas e avaliadas.»
Contudo, de forma geral, o cenário não parece ser o mais positivo. De facto, segundo o responsável, «vivemos num contexto de iliteracia de dados», uma vez que 60 a 73% dos dados corporativos não chegam a ser analisados e menos de 10% das empresas são consideradas data-centric.
Se as maiores empresas do Mundo e aquelas com uma receita mais elevada têm como foco os dados, isso significa que existe um fosso crescente entre as empresas mais sofisticadas no que toca à análise de dados e a generalidade das organizações, mas quer dizer também que há um grande potencial de evolução.
Para que tal aconteça, Ricardo Rocha garante que «é fundamental que as empresas capacitem os seus profissionais para esta área», que democratizem «o acesso aos dados nas organizações», que evitem «silos de dados» ou deixem «o tema ‘entregue’ ao departamento A ou B».
E numa altura em que se dá um boicote generalizado às third party cookies, a solução para continuar a ter acesso a informações e dados fidedignos parece estar no tratamento apropriado daqueles que as empresas já têm na sua posse, mas que não trabalham devidamente. Além disso, «é necessário criar verdadeiros ecossistemas de dados que permitam complementar os dados existentes na organização», tais como dados de entidades oficiais, parceiros de negócios, dados de mercado, informação pública, entre outros.
«Hoje em dia, os dados são um dos activos mais valiosos de uma empresa e, na maior parte das organizações, essa consciência de que os dados são críticos para o seu futuro e para a sua capacidade de se adaptarem a um mercado cada vez mais concorrencial e em constante mutação começa a ser uma realidade», afirma o director de Marketing e Comunicação da Noesis.
Texto de Beatriz Caetano