A Noesis assinala três décadas de crescimento sustentado, combinando inovação tecnológica e uma abordagem estratégica ao talento.
Há três décadas, nascia em Portugal uma consultora de TI com uma ambição clara: ser uma referência internacional pela excelência tecnológica e pela capacidade de pensar estrategicamente sobre tecnologia. O nome escolhido – Noesis, que em grego antigo significa “conhecimento”, “inteligência” e “pensamento” – não foi casual. «Representou uma verdadeira declaração de intenções: não queríamos ser apenas mais uma consultora dedicada à execução técnica de projectos», explica Ricardo Rocha, Marketing director da Noesis, num momento em que a empresa celebra 30 anos de história.
O balanço destas três décadas é profundamente positivo. A organização, que começou em 1995 como uma consultora portuguesa, transformou-se numa empresa global com mais de 1300 talentos, escritórios em oito países e um volume de facturação superior a 75 milhões de euros. «Construímos uma organização que soube evoluir e reinventar-se, mantendo um crescimento sustentado, a excelência técnica e uma cultura diferenciadora », afirma Ricardo Rocha. Hoje, a Noesis é reconhecida como a #1 Best Workplace Portugal.
Entre os marcos que moldaram a identidade da empresa, o Marketing director destaca decisões estratégicas que abriram novos horizontes. Em 1998, a Noesis inaugurou o seu primeiro escritório internacional, abrindo caminho para a expansão global. Mais recentemente, em 2020, a aquisição pela Altia permitiu integrar um grupo forte e reforçar a ambição de crescimento. «Ao longo destes 30 anos, o verdadeiro motor do nosso sucesso tem sido a capacidade de reunir, atrair e inspirar as pessoas certas, porque sem equipas motivadas e bem lideradas, nenhuma estratégia se concretiza», afirma.
Este aniversário representa mais do que uma celebração. É, de acordo com Ricardo Rocha, «o início de uma nova etapa num sector em profunda transformação». A ambição é continuar a ser reconhecida como o parceiro de eleição para a transformação digital em Portugal e um player relevante nos mercados internacionais. Num contexto em que a escassez de talento é um dos maiores desafios do sector tecnológico, ser o melhor lugar para trabalhar torna-se uma vantagem competitiva decisiva.
MARKETING COMO MOTOR DE CRESCIMENTO
A marca Noesis é hoje sinónimo de excelência técnica, credibilidade e seriedade. Um dos maiores players em Portugal, merece a confiança de algumas das maiores empresas globais. Esta reputação foi construída através de uma evolução do posicionamento e notoriedade. «A marca foi sofrendo algumas mutações ao nível do seu logótipo e imagem, mas tem vindo, sobretudo, a evoluir no seu posicionamento», explica Ricardo Rocha.
A evolução visual mais significativa surgiu recentemente, em resposta a duas necessidades estratégicas. Por um lado, ter uma marca moderna, com uma imagem revitalizada e tecnológica. Por outro, unificar e definir pontos comuns entre as três marcas do grupo – Altia, Noesis e Bilbomática. «Hoje, essa identificação visual é evidente: fazemos parte de uma arquitectura de marca comum», nota o responsável.
Esta mudança foi uma iniciativa liderada pelo grupo com objectivos bem definidos. Resultou do crescimento sustentado nos últimos anos, durante os quais foram adquiridas várias empresas. No caso da Noesis – a primeira empresa adquirida pelo Grupo Altia –, a decisão foi manter a marca como entidade autónoma, devido aos elevados níveis de notoriedade em Portugal e à forte vocação internacional.
O rebranding acabou por ser uma consequência natural. Em 2024, a Altia celebrou 30 anos; em 2025, é a vez da Noesis; já a Bilbomática tem mais de 36 anos. «No fundo, todas as empresas do grupo têm uma larga história, com mais de três décadas de experiência e com uma marca forte e relevante nos mercados em que actuam», contextualiza Ricardo Rocha. A mudança de imagem veio consolidar esta experiência e garantir que se mantêm actuais.
O Marketing tem vindo a assumir uma preponderância crescente. Nos últimos anos, a área sentiu um forte suporte da Comissão Executiva, o que permitiu aumentar o espectro de actuação, olhando não apenas para o marketing como motor de crescimento, mas também enquanto peça fundamental no crescimento internacional e na estratégia de Employer Branding.
A combinação de três eixos – Business, Brand e Employer Branding – foi a base para todo o desenvolvimento estratégico. «Fizemos um longo caminho, com resultados impressionantes, mas com a consciência de que há ainda muito para evoluir, na adopção de IA (um dos nossos focos actualmente), na componente analítica e na automação», afirma o responsável.
O papel do Marketing foi-se ajustando aos diferentes ciclos de crescimento. Numa primeira fase, era essencial investir no aumento de notoriedade no mercado nacional. Posteriormente, surgiu a necessidade de apostar em Demand Generation, focando- se no Growth Marketing e na criação de uma “máquina” de geração de leads. Numa época de forte crescimento, tornou-se prioritário desenvolver uma visão clara de Employer Branding. Finalmente, com a expansão internacional, o Marketing passou a assumir uma perspectiva global.
EMPLOYER BRANDING: CONSTRUIR A MARCA DE DENTRO PARA FORA
O Employer Branding é um pilar dentro da área de Marketing, impulsionado de forma consistente em toda a organização, com o envolvimento activo de diversos stakeholders internos, nomeadamente a área de Recursos Humanos.
A actuação assenta em dois eixos. Por um lado, a componente externa centra-se em atrair talento. Para isso, mantém-se uma colaboração próxima com a comunidade académica – desde universidades de referência nas áreas de Engenharia e Tecnologias de Informação até instituições nas regiões onde existem escritórios. «Procuramos estar presentes junto dos estudantes e instituições, reforçando a notoriedade da marca e transmitindo os nossos valores, a nossa história, bem como os projectos diferenciadores que desenvolvemos e as tecnologias inovadoras com que trabalhamos», explica Ricardo Rocha.
Por outro lado, a componente interna tem como objectivo reter talento. Desenha-se cuidadosamente toda a employee journey – desde o primeiro contacto de um candidato, passando pelo onboarding, pelo período na #teamNoesis, até ao momento em que decide seguir outro caminho. «Em cada etapa, queremos que essa experiência seja verdadeiramente memorável.»
A conquista do primeiro lugar no Great Place To Work, no ano em que a empresa celebra 30 anos, é um marco importante. Mas Ricardo Rocha lembra que a Noesis «sempre olhou para o GPTW não como um fim em si mesmo, mas como uma ferramenta para avaliar os resultados da estratégia de Employer Branding. Há muito que os colaboradores são acompanhados, procurando auscultar o seu feedback. Monitorizamos diversos índices, como o Glassdoor. No entanto, sentíamos falta de uma ferramenta de medição mais estruturada e abrangente».
«A nossa presença no GPTW não tem como objectivo o prémio em si, mas sim a obtenção de indicadores e métricas relevantes que nos permitam avaliar níveis de satisfação, identificar pontos críticos e áreas de melhoria nas nossas políticas de recursos humanos», afirma. Ainda assim, diz ser gratificante perceber que a empresa está no caminho certo. «Atingir o primeiro lugar do ranking do GPTW e integrar o Top 100 da Europa é motivo de enorme orgulho para toda a organização.»
A aposta no talento contribui significativamente para reforçar também a imagem externa da marca. Para Ricardo Rocha, não é possível dissociar as duas dimensões. «O Employer Branding, como o próprio nome indica, é uma componente indissociável da marca. Um posicionamento de marca forte não pode ser construído sem coerência em todos os seus touchpoints: no marketing, na qualidade do produto ou serviço prestado, no atendimento ao cliente, bem como nas respectivas customer journey e employee journey.»
«Todos conhecemos exemplos de marcas com elevada notoriedade e até com sucesso comercial que, no entanto, se revelaram tóxicas na forma como gerem as suas pessoas e a sua cultura interna.» Para o Marketing director da Noesis, estas marcas estão condenadas ao fracasso a médio e longo prazo – não apenas porque não conseguem reter talento, mas também porque os clientes estão cada vez mais atentos a estas práticas.
Na Noesis, procura-se acompanhar as tendências e desafiar constantemente a organização a adoptar novas ferramentas e explorar novos canais. Actualmente, o foco está na inteligência artificial e nas mais recentes ferramentas de MarTech. Ricardo Rocha não se refere apenas à utilização do ChatGPT, mas ao uso de IA para análise de campanhas, definição de ICP (Ideal Customer Profile) ou segmentação de audiências.
Em diferentes momentos, tem havido aposta na diversificação de canais: a criação do podcast da empresa, o investimento em vídeo para iniciativas de content marketing, a forte aposta em webinars durante a pandemia ou, mais recentemente, a entrada no TikTok. «No fundo, promovemos uma cultura de experimentação contínua: experimentar, testar, medir e ajustar», resume o responsável.
Este artigo faz parte do Caderno Especial “Aniversário das marcas”, publicado na edição de Outubro (n.º 351) da Marketeer.














