Na batalha dos supermercados, quem conquista o coração dos portugueses?

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Marketeer
07/11/2025
12:55
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07/11/2025
12:55


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Ir ao supermercado continua a ser um ritual semanal para a maioria dos portugueses. Mas o que os leva a escolher uma cadeia em detrimento de outra?

A mais recente análise da DECO PROteste, baseada em 12 884 experiências de consumo, revela que o preço e a conveniência continuam a ser os grandes motores de decisão, ainda que a qualidade esteja a ganhar terreno em determinadas marcas.

Para 37% dos inquiridos, o fator decisivo é simples: o supermercado tem de estar perto de casa ou do local de trabalho. A qualidade dos produtos (16%) e o preço (15%) surgem logo a seguir, mas ainda atrás da conveniência. O Mercadona é a exceção. Os clientes desta cadeia espanhola dizem voltar principalmente pela qualidade dos produtos, mesmo quando isso implica percorrer mais quilómetros.

Já as compras online continuam a ser uma raridade, 71% dos consumidores nunca experimentaram. E quando é hora de sair de casa, o carro reina: 81% dos portugueses deslocam-se de automóvel até ao supermercado. Quando o tema é satisfação global, o preço é o fator mais determinante. Seguem-se a qualidade dos produtos alimentares de marca própria, a apresentação e embalagem, o conforto nas lojas e, claro, as promoções. O Mercadona volta a liderar, com avaliações acima da média em quase todos os parâmetros: variedade e qualidade dos produtos de marca própria, peixe fresco, tempo de espera nas caixas e nível de preços.

No lado oposto, Pingo Doce e Continente Modelo (sobretudo nos Açores e Madeira) registam satisfação inferior a seis pontos no critério “preço”. A falta de oferta de produtos biológicos é outra dor de cabeça para os clientes de Meu Super, Amanhecer e Continente Modelo. Curiosamente, o estacionamento é o item que gera mais consenso: Aldi e E. Leclerc conquistam nota máxima (9/10), enquanto Pingo Doce Madeira e Amanhecer ficam na cauda da tabela.

Apesar de ainda ser uma fatia pequena do mercado, o canal digital mostra diferenças relevantes na satisfação. O Auchan lidera o ranking de supermercados online, destacando-se pela pontualidade das entregas e pela qualidade do serviço de apoio ao cliente. Em contrapartida, o site do Pingo Doce é o menos bem avaliado, com 6,6 pontos na variedade e disponibilidade de produtos e 6,8 na navegação.

Os lácteos continuam a ser presença obrigatória nas compras de 76% dos consumidores, com o Continente a liderar esta categoria. Nas frutas e legumes, o destaque vai para o Lidl, enquanto o Mercadona é o favorito na compra de detergentes. A escolha de marcas próprias ou de fabricante varia consoante a categoria: 59% preferem marcas conhecidas em bebidas alcoólicas, mas 54% escolhem marcas próprias nas refeições prontas.

Alguns produtos, porém, mantêm o canal tradicional: 80% compram carne no talho, 76% peixe fresco em peixarias, 67% pão em padarias e 82% eletrodomésticos em lojas especializadas.

O valor médio mensal gasto em supermercados é de 361 euros — cifra que desce para 325 euros entre quem enfrenta maiores dificuldades financeiras. No momento do pagamento, o cartão de débito domina (67%), seguido de cartão de crédito (14%), vales de refeição (12%) e dinheiro (5%).

Mais do que o preço ou a qualidade isoladamente, o estudo sugere que os portugueses procuram confiança e previsibilidade. A lealdade à marca — e ao supermercado é reforçada por rotina, conveniência e consistência. Numa altura em que o retalho alimentar enfrenta margens curtas e desafios logísticos, a mensagem é clara: quem investir na experiência global do cliente, seja na loja ou online, ganha espaço no carrinho dos portugueses.




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