M.ª João Vieira Pinto
Directora de Redacção Marketeer
Lia, há uns dias, mais uma brilhante partilha do Ricardo Costa (Grupo Bernardo da Costa) que começava por afirmar “Descansar não é luxo. É inteligência”. Isto, no mês que, tradicionalmente, é o mais procurado pelos portugueses para férias. As grandes férias do ano. Os dias que mais que precisamos para parar e voltar a dar. Para ter tempo com tempo. Para não ter horas ou atropelos. Para nos entregarmos à vida e recuperar vida. Porque o descanso é bálsamo, é tratamento para a criatividade, para o humor, para o pensamento.
Em Portugal, em muitas empresas ainda se defende o trabalho sem horas. O esticar mais um bocadinho. O “já agora”… Só que o “já agora” não é sinónimo de bem-fazer, de entregar melhor, de ser diferente, de ganho ou conquista. O “já agora”, porque se arrasta, é mais do mesmo. E o “já agora” não só não traz medalhas como empobrece: a empresa e quem o pratica. Porque não é possível esticar sem descanso.
Descansar é uma estratégia inteligente para manter a criatividade afiada, a produtividade elevada e a mente aberta. Para quem vive de ideias e inovação é catalisador. Sempre que damos espaço para o cérebro relaxar, ele consegue pensar fora da caixa e gerar novos insights. A inteligência emocional fortalece- se, o foco redobra e a visão do trabalho melhora.
Às vezes, tenho saudades do tempo em que nos perdíamos nos dias e meses de Verão… que começavam em Junho e terminavam em Setembro. Sim, eu sei que mais do que umas semanas é utopia para manter equilíbrio entre descanso e recuperação de rotinas; sim, é utopia para não se perder linhas e as próprias equipas. Mas que essas semanas são pedra de toque para que nada se perca e tudo melhore, isso são. Porque, descansar é uma estratégia de inteligência, não um luxo ou desperdício. E, a brincar a brincar, as férias são para ser levadas muito a sério!
Editorial publicado na revista Marketeer n.º 349 de Agosto de 2025
