A febre dos labubu está a contagiar o mundo e Portugal não é exceção à regra. Estes pequenos elfos peludos, com ar enigmático e estilo kawaii, tornaram-se o mais recente fenómeno viral de colecionismo e consumo, seguindo os passos de sucessos como os SuperThings, Furbys ou Sonny Angels. Mas estes bonecos vão muito além de uma simples moda infantil.
Criados há dez anos pelo artista de Hong Kong Kasing Lung, os labubu só se tornaram verdadeiramente um ícone em 2019, quando a empresa chinesa Pop Mart começou a comercializá-los no formato de caixas surpresa, um modelo que desafia os consumidores mais curiosos e incentiva à compra repetida. A ideia é simples, mais eficaz: nunca se sabe que versão se irá encontrar, o que tem fomentado uma cultura de troca, venda em segunda mão e até leilões a preços exorbitantes. Exemplo disso é um labubu em tamanho humano (sim, leu bem) que foi leiloado recentemente por cerca de 130 mil euros em Pequim.
A popularidade é tal que celebridades como Rihanna, Dua Lipa e David Beckham já partilharam os seus próprios bonecos nas redes sociais, dando ainda mais alcance e apelo à marca. Em Portugal, o site da Pop Mart revela que a maioria destes bonecos está esgotada em mercado nacional.
Graças a este sucesso, a Pop Mart tornou-se uma das empresas de brinquedos mais valiosas do mundo, com vendas anuais a rondar os 2 mil milhões de dólares. A empresa foi fundada em 2010 por Wang Ning e entrou em bolsa em 2020, uma operação que transformou o fundador num dos homens mais ricos da China, com uma fortuna avaliada em mais de 21 mil milhões de dólares, segundo a Bloomberg.
Apesar da ascensão meteórica, a Pop Mart enfrenta agora novos desafios. Um editorial recente no People’s Daily, jornal oficial do Partido Comunista Chinês, pediu uma regulamentação mais apertada das caixas surpresa e brinquedos colecionáveis, alertando para os riscos de dependência entre os mais jovens.














