A Herdade dos Casarões, em Estremoz, combina tradição e inovação na produção de vinhos DIVAI.
Os vinhos que se destacam são os que conjugam identidade e compromisso com o futuro. A Herdade dos Casarões, em Estremoz, tem consolidado esta visão com a marca DIVAI, que aposta em modernidade e sustentabilidade sem perder as raízes do Alentejo. Em entrevista à Marketeer, Raquel Fernandes, export manager, fala sobre consumidores, inovação e desafios globais.
Como definem o perfil de consumidor da marca DIVAI?
São pessoas cosmopolitas, exigentes, que querem sentir no copo a ligação ao terroir, ao clima e às castas do Alentejo. Os vinhos frescos, elegantes, com pouca madeira e baixos sulfitos respondem à procura por opções modernas e gastronómicas. Valorizam também história e confiança, por isso oferecemos selo de origem e uma narrativa ligada a Estremoz.
Como equilibram tradição e inovação neste sector?
A primeira está no terroir e nas castas autóctones de Estremoz. A segunda vê-se no portefólio segmentado, nos vinhos adequados a veganos e na aposta na frescura em vez da extracção pesada. Este equilíbrio conquista tanto o consumidor tradicional como o mais atento à sustentabilidade.
Quais os critérios para assegurar qualidade e autenticidade?
A qualidade é inegociável. Trabalhamos com castas reconhecidas e mantemos o selo DOC Alentejo. Seguimos a mínima intervenção em adega: reduzimos sulfitos, controlamos maturações e limitamos a madeira, preservando fruta e frescura. Os vinhos são adequados a veganos, respondendo a tendências globais.
Quais as medidas para reduzir impactos ambientais?
Sustentabilidade é prática diária. Irrigamos apenas com água de nascentes próprias, usamos maneio mecânico em vez de químicos e preservamos ecossistemas com oliveiras centenárias e montado de sobro. Apostamos ainda em garrafas mais leves e embalagens recicladas, reduzindo a pegada carbónica.
As certificações reforçam a competitividade internacional?
O selo DOC garante autenticidade e origem, transmitindo segurança a distribuidores. A adequação a veganos responde a um público atento a escolhas conscientes. Estamos também a implementar a Certificação no Plano de Sustentabilidade dos Vinhos do Alentejo, antecipando futuras exigências.
Quais são os mercados internacionais mais estratégicos?
Angola, França, Alemanha, EUA, Canadá, Brasil, Bélgica, Suíça, Coreia do Sul e países nórdicos.
Que tendências emergentes estão a marcar o sector?
Há maior procura por transparência, práticas sustentáveis e experiências digitais. Estamos a medir indicadores ambientais, a expandir monocastas, a reforçar o enoturismo, a implementar vidro leve e logística low-carbon e a investir em e-labels e conteúdos interactivos. Queremos ser uma marca que cria vinhos que falam à consciência do consumidor.
Este artigo faz parte do Caderno Especial “Vinhos, azeites e bebidas espirituosas”, publicado na edição de Outubro (n.º 351) da Marketeer.














