O aumento da sofisticação das identidades falsas e o uso de inteligência artificial generativa estão a redefinir o panorama do crime digital, obrigando empresas financeiras e tecnológicas a adotarem estratégias inovadoras. A fraude sintética, criação de identidades completamente fictícias, combinando dados reais e inventados, é atualmente considerada a forma de fraude de identidade com crescimento mais rápido a nível mundial.
Documentos, fotografias, vídeos e vozes gerados por IA permitem que estas identidades contornem verificações tradicionais, abram contas, solicitem crédito ou efetuem compras sem levantar suspeitas durante meses. Apenas no México e na América Latina, estas atividades já resultaram em perdas superiores a mil milhões de dólares, segundo estudos recentes.
Para responder a esta ameaça, as empresas ativaram o chamado “escudo inteligente”, sistemas que utilizam IA para detetar padrões suspeitos antes mesmo de uma conta ser criada. A tecnologia combina machine learning, análise comportamental, biometria avançada e validação documental dinâmica, identificando microexpressões, inconsistências em fotos, padrões de escrita, localização de dispositivos e pequenas alterações em documentos.
Esta abordagem representa uma mudança estrutural: as empresas deixam de reagir à fraude para antecipá-la, transformando a identidade digital no novo perímetro crítico de segurança.
