Ford despedirá quase seis mil trabalhadores europeus
A fabricante automóvel Ford, que se debate com uma quebra das vendas na Europa, anunciou o encerramento de três fábricas na região, com a consequente eliminação de 5700 postos de trabalho.
Duas das fábricas que serão fechadas estão localizadas no Reino Unido, nomeadamente em Southampton e Dagenham, e a outra está situada em Genk, Bélgica. As fábricas britânicas, que produzem peças para modelos como o Transit, empregam 1400 pessoas, e deverão ser encerradas já no próximo ano. Já a unidade belga, responsável pela produção de modelos como Mondeo e S-Max, tem um força laboral de 4300 trabalhadores, e deverá fechar as portas em 2014, de acordo com o site da BBC.
Com esta medida, a fabricante norte-americana espera poupar entre 450 e 500 milhões de dólares (entre 348,9 e 387,7 milhões de euros) por ano, de acordo com um comunicado emitido pela empresa, citado pela agência Bloomberg.
A empresa explica que a medida foi tomada “contra um contexto de crise económica severa e persistente na Europa”. «Reconhecemos o impacto que as nossas acções na Europa vão ter sobre as famílias de muitos trabalhadores, e vamos trabalhar em conjunto com os nossos stakeholders durante este período de transformação necessária da empresa», afirma Alan Mulally, presidente executivo da Ford, citado pela BBC. «Vamos enfrentar a crise com um foco em novos produtos, uma marca mais forte e uma eficiência de custos melhorada», acrescenta o responsável.
Desde 2007, as vendas da Ford na Europa Ocidental recuaram 20%, e estão agora em níveis mínimos de 20 anos. A empresa estima terminar este ano e o próximo com um prejuízo a rondar 1,5 mil milhões de dólares (1,16 mil milhões de euros).
O mercado automóvel europeu regrediu 7,2% nos primeiros nove meses do ano para 9,72 milhões de veículos comercializados, o que tem levado ao desinvestimento de várias empresas na região. Recorde-se que, para além da Ford, outras fabricantes já anunciaram cortes por via de encerramentos de fábricas e despedimentos, como são os casos da PSA Peugeot Citroen e da General Motors. A Peugeot tem em curso um plano de reestruturação que envolve o encerramento da fábrica parisiense de Aulnay-sous-Bois, que emprega cerca de três mil pessoas (300 dos quais são portuguesas), enquanto a General Motors irá encerrar uma unidade da Opel localizada em Bochum, na Alemanha, onde trabalham 3100 pessoas.