Explorar o Phygital e como a IA está a transformar o Retalho
Por Luis Monção, director de Indústria e Consumo, da Minsait em Portugal, uma empresa da Indra
A evolução da Inteligência Artificial (IA) está a moldar profundamente o sector do retalho, desencadeando uma revolução nos processos comerciais e, consequentemente, nos resultados finais. Enquanto as empresas exploram, há vários anos, iniciativas de dados e IA, a sua implementação em larga escala enfrenta desafios significativos.
Um dos principais obstáculos prende-se com a cultura organizacional ainda incipiente em relação à tomada de decisões baseadas em dados. Muitas organizações ainda não adoptaram uma abordagem robusta nesse sentido, o que prejudica a sua capacidade de capitalizar plenamente o potencial da IA. Além disso, a descentralização das fontes de informação e as ineficiências organizacionais dificultam a governança e a utilização eficaz dos dados.
Em alguns casos, acrescenta-se ainda a ausência de uma orientação estratégica clara em relação à IA. Muitas empresas ainda não reconhecem a IA como uma alavanca estratégica para o crescimento e a eficiência, o que resulta em iniciativas isoladas e desconectadas, em vez de uma abordagem integrada e holística que apresenta benefícios claros.
No entanto, à medida que avançamos em direcção à próxima década, espera-se que as empresas incorporem plenamente os fluxos de trabalho baseados em dados e orientados para a interacção entre humanos e máquinas. Aquelas que conseguirem adoptar essa abordagem de forma ágil e eficaz irão estar bem posicionadas para obter valor e ultrapassar a concorrência.
Para alcançar o sucesso neste novo cenário é essencial que as empresas adoptem uma abordagem abrangente e proactiva. Tal inclui um compromisso de liderança de alto nível, o autoconhecimento organizacional, a definição de um plano personalizado, a formação adequada dos profissionais e um compromisso com a melhoria contínua.
Exemplos inspiradores de como a IA está a transformar o sector do retalho já estão a surgir e a liderar a inovação com iniciativas phygital que combinam de forma única o mundo físico e digital. Trata-se essencialmente inovações que ajudam a redefinir a experiência do consumidor e a abrir novas possibilidades para as empresas. A flagship store WOW na Gran Via em Madrid, por exemplo, através de uma iniciativa phygital está a oferecer uma experiência completa, personalizada e única para os consumidores, aumentando significativamente a conexão entre as pessoas e marcas nos sectores de moda, beleza, decoração, tecnologia e gastronomia. São exemplos que evidenciam o potencial da IA para impulsionar a inovação e criar experiências envolventes que cativam os consumidores e fortalecem as empresas no competitivo mercado do retalho.
Não existe qualquer dúvida de que a IA está a redefinir o futuro do retalho. Assim, as empresas que abraçarem essa transformação e adoptarem uma abordagem proactiva para integrar a IA nos seus processos comerciais serão certamente os líderes do amanhã. O momento para hesitar acabou. Está na hora de abraçarmos o potencial da IA e moldarmos o futuro do retalho.