Definitivamente, o maat Café & Kitchen não é só a vista

Tendo por base quatro pilares – fogo, terra, mar e orgânico -, o Mercantina Group abriu o restaurante maat Kitchen Fine Fusion Dining. Com carta construída pelo chef executivo do Mercantina Group, Natanael Silva, e implementada diariamente pelo chef residente Bruno Salvado, é difícil decidir se o que mais nos agrada é a ampla vista para o rio Tejo ou as iguarias que chegam à mesa.

Sempre de olho no rio que banha a cidade de Lisboa, e bafejada por um dia límpido, a experiência começou logo com a couvert que inclui Broa de milho e Pão Trigo Barbela, manteiga aromatizada e azeite Paço do Conde extra virgem.

Enquanto dávamos dois dedos de conversa, sem grande tempo de espera, depressa chegariam à mesa os ovos rotos trufados com presunto em duas texturas, uma delas crocante. À medida que os fazíamos desaparecer, decidíamos que era não só o presunto, mas neste caso também a trufa que lhe dão um toque de requinte nem sempre habitual.

Ainda nos pratos para partilhar, avançámos, sem medos, para a Croqueta basca de presunto com creme de milho fumado que nos surpreendeu de forma positiva com a textura do croquete. Também o mar quis dar o ar da sua graça – e oh que graça! – fazendo-se representar pelo Ceviche do Mar, maionese de algas e batata doce crocante. Óptimo para dias de calor, mas tão bom que será de pedir ao longo de todo o ano deixando brilhar um dos ex-libris do País. Ou não estivéssemos nós num espaço que, pela zona em que está inserido, será cartão-de-visita da cidade e de Portugal.

Não ficando atrás de nenhum dos seus antecessores, demos as boas-vindas ao Polvo assado à Algarvia, batata-doce, tomatada rústica e salicórnia. Sabe quando o polvo está totalmente no ponto que se quer para ser um deleite para o palato? Então já consegue imaginar… Agora junte-lhe o tomate e a batata-doce e poderá fazer uma ideia dos pulos de alegria das nossas papilas gustativas.

Para os que não vivem sem carne, chegaria a hora de dar o palco ao Magret de pato em teriyaki fumado, pack choi na brasa, cogumelos e azeite de trufa. Uma combinação muito equilibrada que não deixará ninguém indiferente.

O deleite final chegaria em forma de pijaminha (não, a opção não existe na carta, mas estivemos sempre a partilhar): Chocolate a 4 texturas e intensidades; o guloso (e a repetir) Ananás dos Açores na grelha com gelado de chá verde Gorreana; e o inolvidável Crème Brûlée de Baunilha que é muito suave na boca e pouco doce.

Numa só visita, e mesmo a partilhar, houve que fazer escolhas. Daí não termos chegado a provar a Raia alhada e o Polvo galego que, garantem-nos, merecem uma nova visita. Fica prometido!

Texto de Maria João Lima

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