Como está o coronavírus a mexer na carteira (e nos hábitos) dos portugueses?

Metade dos consumidores portugueses diz ter experienciado uma quebra nos rendimentos, entre o final de Março e o início de Abril. Por outro lado, mais de um terço aumentou os gastos. Estas são algumas das conclusões presentes num relatório elaborado pela McKinsey sobre o impacto do novo coronavírus no consumo em Portugal.

Entre os dias 2 e 5 de Abril, 51% dos portugueses inquiridos relatou uma redução (ligeira ou significativa) nos rendimentos do agregado familiar, ao passo que 48% disse não ter existido qualquer mudança, nas duas semanas anteriores. No mesmo período, 32% afirmou estar a gastar menos, 31% gasta o mesmo e 37% garantiu que os gastos aumentaram.

Quanto às poupanças, 55% dos portugueses diz que caíram nas duas semanas anteriores, 37% diz que se mantiveram e 8% diz que subiram.

A McKinsey sublinha ainda que os portugueses esperam concentrar os seus gastos em compras de supermercado (+29%), artigos para casa (+9%) e entretenimento que possa ser consumido na segurança do lar (+6%). Estas são, aliás, as únicas categorias com uma evolução positiva.

Por outro lado, as áreas onde os consumidores tencionam gastar menos dinheiro são Aventura & Tours (-97%), Voos Internacionais (-96%), Estadias em Hotéis/Resorts (-93%), Entretenimento Fora de Casa (-93%) e Restaurantes (-91%).

A McKinsey notou também um aumento nos planos em torno de encomendas online de comida e entretenimento para casa e um salto significativo no consumo de conteúdos e na utilização de meios virtuais para estarem mais próximos dos amigos e familiares. Os maiores aumentos verificam-se junto das notícias online (+51%) e das diferentes formas de troca de mensagens (+53%).

Ainda sobre as compras online, o mesmo relatório indica que os portugueses têm alargado a sua actividade digital desde o início do confinamento: 23% nunca tinha comprado artigos de supermercado via comércio electrónico e começou a fazê-lo. Além disso, 53% já o tinha feito mas aumentou a frequência.

No mesmo sentido, 35% começou a usar ferramentas de videochamada para fins profissionais, 38% estreou-se no ensino à distância na companhia dos filhos, 38% criou uma conta no TikTok e 39% experimentou aulas de fitness online.

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