Ciclos de vida, de marcas, de redes
M.ª João Vieira Pinto
Directora de Redacção Marketeer
A nossa vida acontece em ciclos. E círculos! O da infância, do crescimento, dos primeiros amores e desamores, das experiências, conhecimentos, saídas e idas. O da maturidade, ou da idade, da acalmia e temperança, ou da voracidade. Movemo-nos em ciclos que se cruzam ou se fecham e abrem. Com quem nos fica na vida, de sempre, ou chega de novo!
Pelo meio, seleccionamos, pomos de lado o que não gostamos e mantemos o que nos faz sentido. Mas em função de momentos, estados de alma, círculos – lá está – de amigos ou ciclos de vontades. Somos desportistas de manhã e boémios à noite, intelectuais pelo final da tarde e pais ou filhos pelo meio e sempre. Movemo- nos e actuamos em nichos, sem nos apercebermos ou com intenção.
Tem sido esta a tendência comportamental. Agora, e em crescendo, há micronichos, pequenos ninhos onde nos aconchegamos. Pela música, a conversa, pela moda ou os livros. Foi isso que as marcas perceberam e foi isso, também, que as redes sociais começaram a explorar. Claro que o Instagram dita regras e o TikTok se mantém viral. Mas, e cada vez mais, há pequenos fenómenos que agregam no digital. Porque investem no indivíduo, e trazem a confiança de volta ao centro das relações.
«A confiança está-se a tornar mais frágil. As pessoas procuram-na em grupos autónomos e em plataformas como o Reddit, ou por recomendações autênticas de microcriadores. As Niche Nets podem ser mais íntimas, devolvendo a confiança através do acesso directo a pessoas reais em vez de chatbots automatizados», relata a Trendwatching. E consigo, é assim?
Editorial publicado na revista Marketeer n.º 315 de Outubro de 2022