A sede europeia da Temu, em Dublin, foi alvo de uma inspeção surpresa por parte dos reguladores da União Europeia, na semana passada, devido a suspeitas de que a plataforma de comércio eletrónico estaria a beneficiar de subsídios estatais chineses. A informação foi avançada pela Reuters, citando uma fonte com conhecimento direto da operação. A ação decorreu ao abrigo do Regulamento relativo às Subvenções Estrangeiras (FSR), que permite à Comissão Europeia investigar apoios financeiros que possam distorcer a concorrência no mercado interno.
A Comissão confirmou a realização da inspeção, sem identificar a empresa visada, enquanto a Temu, subsidiária da PDD Holdings, não respondeu aos pedidos de comentário, também segundo a Reuters. A diligência ocorre num momento em que a UE reforça o escrutínio às importações de baixo valor provenientes da China, que têm inundado o mercado europeu graças a uma isenção alfandegária aplicada a encomendas abaixo de 150 euros. Bruxelas planeia eliminar essa isenção até ao final do próximo ano, após críticas de retalhistas europeus que acusam plataformas como Temu e Shein de concorrência desleal.
Lançada na Europa em abril de 2023, a Temu conquistou rapidamente cerca de 116 milhões de utilizadores mensais no bloco, popularizando o seu slogan “shop like a billionaire” e pressionando gigantes como a Amazon, que respondeu com o serviço “Amazon Haul”.
Não é a primeira vez que a plataforma enfrenta problemas regulatórios. Em 2024, a Comissão abriu uma investigação ao abrigo da Lei dos Serviços Digitais, concluindo que a Temu não atuava de forma eficaz para impedir a venda de produtos ilegais.
Se forem confirmadas infrações no âmbito do FSR, a empresa poderá enfrentar coimas até 10% do volume de negócios global.














