A importância das marcas estarem verdadeiramente perto dos clientes

OpiniãoNotícias
Marketeer
10/12/2025
20:02
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Por Patrícia Costa, diretora de Marketing da RE/MAX Portugal

Num mercado onde todos comunicam mais, mas poucos comunicam melhor, a proximidade deixou de ser um detalhe. Tornou-se uma vantagem competitiva. As marcas que crescem de forma sustentável são aquelas que sabem onde está a atenção das pessoas, mas sobretudo aquelas que entendem o que essa atenção valoriza.

Durante muito tempo, o foco foi a escala: mais campanhas, mais alcance, mais crescimento. Mas os últimos anos mostraram um paradoxo. Quanto mais as marcas se tornavam grandes, mais distantes pareciam do consumidor. A resposta não está em fazer mais barulho, está em criar ligação real.

Essa ligação nasce em três frentes essenciais.

A primeira é a rua. Numa época dominada pelos ecrãs, as ativações de guerrilha voltaram a ganhar relevância. Não porque são “trendy”, mas porque quebram a rotina das pessoas. Surpreendem. Trazem a marca para o mundo real, não num outdoor estático, mas num gesto vivo, num contacto direto, num momento que fica na memória. As marcas que marcam presença no quotidiano criam afinidade e confiança. E isso vale mais do que qualquer gráfico de impressões.

A segunda é a transparência nas redes sociais. O público deixou de seguir marcas, segue pessoas. Quer saber quem está por detrás, como se tomam decisões, que desafios existem e que valores orientam o dia a dia. A comunicação institucional continua importante, mas já não chega. As marcas precisam de rostos, de autenticidade e de um tom mais humano. Hoje, credibilidade constrói-se com consistência e vulnerabilidade. Mostrar apenas o sucesso cria distância, mostrar o caminho cria relação.

A terceira é a visão. Crescer é fundamental, mas ninguém se conecta com uma empresa que só fala de si própria. O cliente quer saber como é que a marca melhora a sua vida, a sua comunidade, o seu futuro. As empresas que conquistam relevância são aquelas que se posicionam como parceiras e não como anunciantes. Que falam de impacto antes de falarem de resultados. Que escutam antes de venderem.

A verdade é simples: as marcas só se tornam grandes quando se tornam próximas. E estar perto implica um compromisso contínuo. Não é uma tática de marketing, é uma filosofia de atuação. É aparecer onde as pessoas estão, comunicar como as pessoas comunicam e agir com a mesma transparência que pedimos aos outros.

Num mundo cada vez mais digital, o contacto humano deixou de ser um extra. É o que diferencia. É o que fideliza. E, acima de tudo, é o que permite construir uma marca que não vive apenas de campanhas, mas de relações duradouras.




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