Neste Bisque há mais que bisque

Agora, e desde há uns meses, o bisque francês serve-se no Bisque. Um misto de bistrot com restaurante francês, com comida confecionada em russo, toques parisienses e ingredientes portugueses. Tudo isto no Largo Conde de Barão, em Lisboa, onde três amigos entenderam que fazia sentido inovar e servir diferente.

Quem são eles? Então, começamos por apresentar o russo Vladimir Perelman, um restaurateur fundador da empresa Perelman People, responsável pela abertura de 18 projetos de restauração, além de organizador de festivais de música e gastronomia. Com ele colaboram o brand chef Dmitry Parikov, cozinheiro, professor de cozinha e responsável por alguns dos restaurantes do grupo Perelman People; assim como Elene Lebedeva, responsável pela área de vinhos e bebidas espirituosas, e sommelier que desenhou, entre outras, a carta de vinhos do primeiro gastrobar de Moscovo, em 2014.

Ao lado de Vladimir Perelman está ainda Pavel Kiselev, seu conterrâneo, que se mudou para Portugal há oito anos, onde abriu, entretanto, o bar Oyster & Margarita, no Príncipe Real.

Pelo meio destas vivências cruza-se o estúdio disciplinar Centá, responsável pelo desenvolvimento de todo o conceito criativo, entre a decoração do restaurante, a sua definição, o design dos menus ou os uniformes da equipa.

Nas mãos de Vladimir esteve, então, o desenho do conceito gastronómico e a criação do menu onde peixes e mariscos portugueses casam com algumas receitas francesas. E, em muitas, lá está o belo do bisque como na entrada de lombinho de vaca com molho bisque ou no topinambour com molho bisque e queijo comté.

Mas há mais “accent” francês neste bistrot. Entre a esplanada que nos remete no primeiro segundo para as ruas de Paris, as cortinas de veludo vermelho bem no centro da sala, as loiças ou os pesados talheres com que se serve e que foram, contam, repescados de feiras vintage da capital francesa.

O estúdio Centá quis que no centro de tudo estivesse a cozinha e que esta funcionasse como pólo nevrálgico e de abertura total para quem chega, se senta e por ali fica. E é desta que vai chegando, num ritmo que não obriga à espera, o que apetece e se pede.

Por nós, foi o de tão bom que repetido crudo de dourada com molho de ruibarbo, a que se seguiram uns inesquecíveis carabineiros com azeite e flor de sal.

A bisque, a tal sopa cremosa, é servida aqui com generosos pedaços de lagosta. E, claro, teve que vir à prova. Aprovada!

Salgados de lado, perdemo-nos com o cheesecake de chocolate com cardamomo e cogumelos mastigados, e o crème brulée.

Ao fim de semana, o Bisque está aberto para um brunch que se afirma fora da norma, com propostas como panquecas de courgette com salmão e guacamole, brioche com caviar preto (esturjão) ou rillette de cavala, pão torrado.

 

NOTA

Morada: largo Conde Barão, 20

Horário: de segunda a quinta das 18h às 23h; sexta, das 18h às 23.30h.

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