7ª Conferência Marketeer: Marcas têm de enfrentar tsunami tecnológico
De que forma podem as marcas aportar valor, quais os desafios que enfrentam no futuro e quais os melhores caminhos para atingir os objectivos? Foi destas questões que partiu Paulo Pereira da Silva, presidente da Renova e keynote speaker da 7ª Conferência Marketeer – que se realizou esta manhã no Museu do Oriente, em Lisboa -, para dar a conhecer a sua visão do mundo do Marketing e das Marcas.
Depois de explicar o modo como a Renova alterou o paradigma ao transformar aquele que era considerado uma commodity tabu num produto que é agora parte integrante de instalações de arte, por exemplo, Paulo Pereira da Silva deixou também algumas pistas sobre como as restantes marcas podem aproveitar as mudanças que se fazem sentir. O tsunami tecnológico, como descreveu o presidente da Renova perante uma plateia de 480 pessoas, que enfrentamos actualmente deve ser abraçado. As marcas precisam de saber conviver com ele e com as alterações consecutivas que as novas tecnologias trazem à indústria.
Entre os problemas desta nova era, em que também um novo ser humano está a ser criado, Paulo Pereira da Silva destacou: a inflacção de informação, já que somos constantemente bombardeados com conteúdos; a mobilidade da riqueza, nomeadamente a nível geográfico; a vulnerabilidade da criação de valor, uma vez que tudo pode mudar de um momento para o outro e as marcas têm de estar preparadas para isso; e os problemas ligados à demografia que fazem com que seja preciso prestar atenção às características de cada país nesse sentido (o número de pessoas num raio de quatro mil quilómetros de Portugal não é o mesmo que o de Singapura).
No fundo, a complexidade do mundo em que vivemos é o maior desafio. A solução passa pela capacidade de fluidez das marcas que devem ser capazes de se adaptar às novas realidades. Outro factor importante é a reputação. Lado a lado com a flexibilidade deve estar, ainda que pareça contraditório, a confiança e o respeito dos cidadãos (na Renova, a palavra consumidor é substituída por cidadão). Para isso, é preciso lembrar as raízes e, em simultâneo, olhar para a frente.
Paulo Pereira da Silva partilhou ainda uma última ideia com a audiência. O que é necessário para uma marca existir? Aproveitando a sua formação enquanto engenheiro físico, o presidente da Renova contou, que na sua perspectiva, um marca apenas existe se interferir. Não basta ter um logótipo e um catálogo de produtos, é fundamental que seja dinâmica, que fale e que comunique. É preciso que se mova, tanto no espaço como no tempo, mas garantindo sempre que a coerência e o ADN da marca se mantêm intactos.
Texto de Filipa Almeida