11.ª Conferência Marketeer: Responder a um problema da sociedade
Uma candidata improvável para estar numa conferência sobre Humanização da Marcas. Assim foi classificada a Tabaqueira por Miguel Matos, director-geral da empresa em Portugal, no início da sua intervenção como keynote speaker de abertura da 11.ª Conferência Marketeer, que decorreu esta manhã, no Museu do Oriente, em Lisboa.
Apesar da nocividade dos produtos de tabaco que justificam essa improbabilidade, certo é que a Tabaqueira esteve na conferência e explicou de que forma é que a Tabaqueira Portugal tem vindo a humanizar-se ao colocar as pessoas no centro do negócio.
«O facto de não haver combustão permite tornar o tabaco um produto mais humano para responder a um problema da sociedade. Trata-se de uma resposta da empresa como o são, em outras empresas, a redução de sal e de açúcar», salientou Miguel Matos referindo-se ao IQOS.
E, se até há pouco tempo, as empresas de tabaco sempre colaboraram em iniciativas de cessação tabágica e informação dos consumidores, a verdade é que uma em cada sete pessoas no mundo (mas também em Portugal) é fumadora. «Daqui a 10 anos teremos mil milhões de fumadores, que é o que temos hoje», advertiu, garantindo que as iniciativas de cessação tabágica não estão a funcionar.
Assim sendo, há que transformar a empresa apresentando produtos que, pelo facto de não queimarem, têm um risco reduzido quando comparado com os tradicionais. «É verdade que a nicotina causa dependência, mas a principal causa de doenças é a combustão», assegura o mesmo responsável. Ou seja, com a nova oferta da empresa a Tabaqueira acredita estar a responder a uma necessidade da sociedade mas também a uma questão de saúde pública.
Até porque «se vão continuar a existir fumadores porque não dar-lhes algo que seja melhor para eles?», questionou Miguel Matos, lembrando que os novos produtos têm menos 90% de substâncias tóxicas inaladas pelos consumidores. Trata-se de uma estratégia de redução de riscos usadas em outras áreas como a dos fabricantes automóveis, que introduziram os cintos de segurança, e a alimentar, que tem vindo a reduzir as quantidades de sal e açúcar.
Veja um excerto da intervenção deste orador.
Texto de Maria João Lima