11.ª Conferência Marketeer: 3 regras para negócios românticos
Fazer o desnecessário, criar intimidade e sofrer (apenas um pouco). São estas as três regras para o romance nos negócios, de acordo com Tim Leberecht. O fundador da The Business Romantic Society e keynote speaker da 11.ª Conferência Marketeer acredita que inteligência não é o único atributo a ter em consideração quando o tema são marcas e empresas.
«É necessária uma nova revolução romântica», adianta o profissional, indicando a receita para o conseguir. Em primeiro lugar, é preciso ir além daquilo que é estritamente necessário: apostar somente naquilo que é tradicionalmente considerado crucial para atingir o objectivo definido não irá adicionar emoção. Segundo Tim Leberecht, algo que pareça desnecessário poder ser essencial para diferenciar a marca, especialmente no campo dos valores, paixões e convicções – conceitos que não são palpáveis.
A segunda regra para se ser mais romântico nos negócios é criar intimidade. Tim Leberecht considera que, apesar de nunca termos estado tão conectados, nunca estivemos tão sozinhos e as empresas podem ajudar a combater o problema. Neste caso, a sugestão do keynote speaker passa por desenvolver acções de mindfulness junto dos colaboradores, por exemplo, ou dinamizar actividades em que as hierarquias sejam esbatidas: «A hierarquia mata a intimidade.»
Por fim, Tim Leberecht aponta o sofrimento como terceira regra. «Dizemos que só queremos conveniência e conforto, mas não é essa a realidade», refere o orador, acrescentando que faz falta a sensação de perigo e aventura. No fundo, gostamos de sofrer, desde que seja apenas um pouco. É por isso, aliás, que as filas para as aberturas de novas lojas ou para a pré-venda de um livro são tão longas, ainda que esperar durante horas por algo que poderíamos fazer depois seja desconfortável.
Apresentadas estas três regras, resta questionar se as marcas que seguirem as sugestões de Tim Leberecht terão, ou não, retorno. O profissional garante que sim. Qual? Inovação, lealdade do consumidor e desenvolvimento de características como empatia, inteligência emocional e intuição. Mas, para Tim Leberecht, o principal retorno é mesmo a geração de mais romance, criando um ciclo sem fim de marcas mais humanas.
«Devemos tratar as marcas como jardins e não como máquinas. Devemos querer que sejam mais bonitas e não apenas mais úteis», conclui Tim Leberecht, afirmando que a combinação entre inteligência e romance é vital para marcas e negócios mais produtivos e próximos do público.
Impacto da tecnologia
Tim Leberecht aproveitou, ainda, a sua presença na conferência para partilhar a sua visão sobre o potencial impacto da tecnologia na humanização das marcas – tema desta edição do evento. De acordo com o orador, a tecnologia poderá ser utilizada precisamente para humanizar as insígnias, tudo depende da abordagem escolhida.
A pergunta não deve ser se os robôs serão capazes de pensar, mas, sim, se os humanos serão capazes de continuar a sentir. O problema está do nosso lado e não do lado da tecnologia. Por mais que os robôs e automatização possam vir a eliminar postos de trabalho, e até mesmo colocar um ponto final a determinadas profissões, os humanos terão sempre a vantagem emocional e é em competências desta área que devem investir.
Veja um excerto da apresentação:
Texto de Filipa Almeida