Unicef lembra que há 6500 crianças em Portugal sem acesso à educação

É comum dizer-se que Setembro é sinónimo de regresso às aulas, mas será assim para todas as crianças? A mais recente campanha de sensibilização da Unicef Portugal lembra que há quem não tenha direito a aprender, apelando, por isso, à angariação de fundos tendo em vista o combate às desigualdades no acesso à educação.

Sob o mote “Não regresso à escola”, a campanha sublinha ainda que, só em Portugal, existem cerca de 6500 crianças que não têm as condições necessárias para estudar (dados do mais recente Relatório das Comissões de Proteção de Crianças e Jovens). O plano da Unicef passa por denunciar as situações que descreve como sendo “inaceitáveis” relativamente ao incumprimento do direito básico à educação.

Segundo Beatriz Imperatori, directora executiva da Unicef Portugal, a pandemia de Covid-19 veio agravar a crise na educação. «Os sistemas de ensino, ao nível global, não estão a cumprir com as suas obrigações para com as crianças e jovens em todo o mundo e Portugal não é excepção», sublinha a responsável.

Em comunicado, Beatriz Imperatori refere ainda que, «neste regresso às aulas, temos que ter todas as crianças na escola e na sala de aula. A escola não pode deixar ninguém de fora e o Estado tem a obrigação de cumprir, e fazer cumprir, este direito fundamental». Além disso, também é preciso assegurar que os professores têm formação e recursos para promover a recuperação de aprendizagens essenciais.

«A recuperação das aprendizagens é crucial para o sucesso ao longo da vida e para quebrar o ciclo de pobreza em que muitas vivem. O não regresso à escola não pode ser normalizado sob pena de falharmos a milhares de crianças e jovens que merecem especial consideração e protecção», conclui.

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