O podcast passou de nicho digital para fenómeno global. Em 2025, tornou-se uma forma dominante de consumo de conteúdos e uma oportunidade de ouro para criadores e anunciantes. No entanto, o que começou como um meio puramente áudio está, de forma crescente, a tornar-se um formato híbrido onde o vídeo começa a dominar.
O formato surgiu no início dos anos 2000, ganhou notoriedade com a Apple em 2005 e consolidou-se com o lançamento de aplicações próprias. A partir daí, tornou-se um canal publicitário essencial e uma plataforma de expressão para figuras públicas, especialistas e amadores de todos os quadrantes. Mas, como reporta o Marketing Brew, a evolução do formato está a levar o sector para novos rumos.
Nos últimos anos, apesar do crescimento da audiência, o sector enfrentou dificuldades como despedimentos e desaceleração no investimento publicitário. Esta instabilidade tem levado muitos criadores e plataformas a explorar o vídeo como uma nova frente de inovação e monetização. A presença de podcasts em plataformas como o YouTube e a integração de componentes visuais em episódios tradicionais têm vindo a ganhar força.
Hoje, a definição de podcast começa a diluir-se: para muitos utilizadores, um podcast é simplesmente uma conversa gravada disponível no YouTube — mesmo sem versão áudio em RSS.
Esta mudança de paradigma tem atraído a atenção de grandes plataformas de áudio que estão a investir cada vez mais na produção de vídeo e em colaborações com criadores visuais.
O vídeo traz vantagens evidentes: promove a descoberta de novos conteúdos, aumenta o tempo de visualização e permite a integração de anúncios visuais, mais apelativos para os anunciantes. No entanto, nem todos os formatos beneficiam da transição. Podcasts de negócios ou entrevistas mais técnicas, por exemplo, nem sempre ganham em ser filmados.
Outro desafio trazido pela diversificação de formatos é a medição de audiências e o impacto das campanhas publicitárias. O ecossistema de podcasting, baseado em tecnologia RSS, enfrenta agora a complexidade adicional de medir visualizações em plataformas como o YouTube ou Spotify, cada uma com os seus próprios sistemas de métricas. Esta fragmentação dificulta a análise de desempenho para os anunciantes, que pedem soluções mais simples e fiáveis.
