UE quer proibir publicidade direccionada. Qual o impacto nas pequenas e médias empresas?

Um estudo da organização sem fins lucrativos Connected Commerce Council (3C) revela que 93% dos responsáveis por pequenas e médias empresas europeias adoptaram a publicidade assente em dados, que lhes permite chegarem a clientes com base em produtos e serviços que lhes interessam.

Esta investigação surge numa altura em que a União Europeia (UE) está a avaliar propostas que proíbem precisamente este tipo de publicidade. Porém, os resultados do estudo demonstram que 76% dos 1380 inquiridos considera os anúncios direccionados valiosos e 34% diz mesmo que são essenciais para os seus negócios.

«A publicidade direccionada é uma das inovações mais importantes para as pequenas empresas dos últimos 20 anos», afirma, em comunicado, Brandon Mitchener, porta-voz europeu do Connected Commerce Council. Premissa esta demonstrada com números: 39% usa porque segmenta os clientes de uma forma muito específica, 39% porque permite que os seus negócios expandam além do seu mercado imediato e 36% porque permite direccionar alguns produtos para alguns clientes e fazer chegar produtos diferentes a clientes diferentes.

«[A publicidade direcionada] permite que até as empresas mais pequenas encontrem clientes de nicho para os seus produtos e tem sido um ‘balão de oxigénio’ durante a pandemia em toda a Europa. Os anunciantes compreendem as preocupações referentes à privacidade e não querem alienar os seus clientes. É por isso que os anúncios direccionados são enviados apenas aos consumidores que dão o seu consentimento, de acordo com o RGPD», acrescenta o mesmo responsável.

Por sua vez, Joana Beldade, fundadora da Digital Women Academy, refere que «por um custo muito baixo, os anúncios direccionados permitem que as pequenas empresas escolham quem vê os anúncios com base nos seus gostos, actividades ou localização. Nenhuma outra forma de publicidade tem o mesmo impacto e retorno sobre o investimento».

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