Turismo continua a virar a página da pandemia: Receitas devem ultrapassar níveis de 2019

A propósito do Dia Mundial do Turismo, que se celebra hoje, o Governo anunciou perspectivas favoráveis para o sector: este ano, os proveitos deverão crescer 4 a 5%, em comparação com 2019.

Os números foram adiantados pela secretária de Estado do Turismo, Rita Marques, em entrevista à agência Lusa. «O turismo tem vindo, como é conhecido de todos, a recuperar de uma forma muito vigorosa face às métricas que conhecemos, designadamente em 2020 e 2021, que foram, de facto, anos muito difíceis. Nesta altura, estamos a recuperar e aproximamo-nos a passos largos das métricas de 2019, sendo certo que temos confiança de que, inclusivamente, podemos ultrapassar as receitas turísticas observadas em 2019», afirmou a secretária de Estado.

Em 2019, um ano recorde para a actividade turística nacional, Portugal alcançou receitas turísticas de mais de 18 mil milhões de euros.

Apesar da recuperação, a governante admite ter «perfeita consciência que grande parte do tecido produtivo do sector do turismo se encontra numa situação fragilizada». «Sabemos bem que estamos perante balanços altamente deteriorados, fragilizados, decorrente de uma inactividade plena no ano de 2020 e 2021 e, portanto, andaremos seguramente alguns anos a garantir que essas empresas possam ser capitalizadas, robustecidas», referiu. Ainda assim, Rita Marques lembrou que o plano Reativar Turismo, com um valor global de 6 mil milhões de euros, já contempla medidas para a capitalização das empresas, «para também melhor gerirem as questões de tesouraria».

Dormidas acima dos níveis pré-pandemia

Os dados mais recentes do Instituto Nacional de Estatística (INE) sobre a actividade turística confirmam o bom momento de um dos sectores mais estruturais para a economia portuguesa.
Em Julho, o sector do alojamento registou 3 milhões de hóspedes e 8,6 milhões de dormidas, o que corresponde a um aumento de 6,4% e 4,8%, respectivamente, face a 2019. Os turistas residentes representaram 2,9 milhões de dormidas, enquanto os turistas estrangeiros totalizaram 5,7 milhões de dormidas, representando 66,3% do valor total e igualando o mesmo nível de 2019.

O crescimento nas dormidas foi comum a todas as regiões portuguesas – com especial destaque para a Madeira (+21%), Norte (+14,9%) e Centro (+10,6%) -, com expecção do Algarve, que caiu 4,5%.

No conjunto dos primeiros sete meses do ano, as dormidas ainda ficaram 4,4% abaixo de 2019, como «consequência da diminuição das dormidas de não residentes (-9,4%), dado que as de residentes cresceram 7,8%», justifica o INE.

No mês do Julho, os proveitos totais do sector ascenderam a 682,1 milhões de euros e os proveitos de aposento atingiram 535 milhões de euros, reflectindo um crescimento homólogo de 131,9% e 138,8% em relação ao mesmo período do ano passado. Comparando com Julho de 2019, registaram-se aumentos de 27,6% em ambos os indicadores. Já no que diz respeito ao acumulado dos primeiros sete meses do ano, os proveitos totais cresceram 10% e os de aposento subiram 11%, face a igual período de 2019.

Quanto ao rendimento médio por quarto disponível (RevPAR) situou-se, em Julho, nos 86,1 euros e o rendimento médio por quarto ocupado (ADR) atingiu 127,2 euros. Em relação ao mesmo mês de 2019, o RevPAR aumentou 23% e o ADR cresceu 19%.

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