Um recente estudo realizado pela União Europeia colocou em causa a qualidade da canela que chega às prateleiras dos supermercados europeus. De acordo com o relatório divulgado pelo Joint Research Centre, 66% das amostras analisadas não cumprem as normas internacionais de qualidade ou segurança alimentar, afetando países da UE, Reino Unido, Sérvia e Sri Lanka.
A análise revelou que muitas destas amostras apresentam indícios de fraude ou contêm níveis de cumarina acima dos limites permitidos. A cumarina é um composto orgânico que, quando consumido em excesso, pode ser tóxico para o fígado. Além disso, o estudo detetou que 9,6% das amostras continham níveis de chumbo superiores aos permitidos, enquanto o limite máximo de cumarina era ultrapassado em 29,8% dos casos.
Mais do que excedentes químicos, o relatório identificou fraudes relacionadas com a substituição da casca de canela por folhas ou flores, comprometendo a autenticidade do produto. Outro problema assinalado prende-se com a rotulagem: cerca de 9% das marcas vendidas como canela de Ceilão foram, na verdade, substituídas por canela de Cassia, uma variedade mais barata, de sabor mais forte e com níveis naturalmente elevados de cumarina.
Embora estes resultados sejam alarmantes, é importante destacar que, segundo o jornal El País, a amostra analisada foi limitada — 104 amostras em 13 países — pelo que não é possível tirar conclusões definitivas. O estudo deve antes ser encarado como um ponto de partida para investigações mais alargadas, que possam avaliar a qualidade da canela de forma mais representativa.
Esta análise, publicada originalmente no HuffPost, alerta consumidores e autoridades para a necessidade de um maior controlo na qualidade e autenticidade das especiarias consumidas diariamente.














