TikTok expõe segredos das fábricas chinesas e revela a verdadeira origem dos produtos de luxo

Notícias
Marketeer
12/10/2025
13:30
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Nos últimos meses, o TikTok tem sido palco de uma nova controvérsia no mundo da moda. Vídeos virais alegadamente “expondo” os bastidores da produção de marcas de luxo estão a lançar dúvidas sobre onde e como são realmente fabricados os produtos de algumas das casas mais prestigiadas do mundo. Donos de fábricas, trabalhadores e criadores de conteúdo na China têm publicado vídeos onde afirmam que artigos de marcas como Gucci, Prada e Louis Vuitton são produzidos nas mesmas fábricas que trabalham para marcas menos conhecidas, mas a custos significativamente mais baixos.

De acordo com o site especializado Jing Daily, estes vídeos não provam necessariamente que as grandes casas de moda estejam a produzir os seus artigos nas mesmas linhas de produção de marcas de gama média. Contudo, têm um impacto real: reconfiguram a perceção pública sobre a qualidade do fabrico na China e lançam um novo olhar sobre o conceito de “luxo”. Um exemplo claro foi o vídeo da conta Senbags2, que afirmava que “80% das carteiras de luxo são feitas na China”. O conteúdo atingiu mais de 10 milhões de visualizações antes de ser removido, e a conta, desativada. Apesar disso, o criador regressou à plataforma, reacendendo o debate.

A discussão desenvolve-se especialmente sob a hashtag #chinamanufacturer, que conta já com milhares de vídeos. Muitos desses conteúdos vão além da exposição de supostos bastidores, partilham contactos de fábricas e incentivam os consumidores a comprar diretamente aos fabricantes, eliminando os intermediários do processo de venda tradicional.

Este fenómeno viral coincide com uma conjuntura geopolítica tensa, marcada por tarifas crescentes entre os EUA e a China, que já atingem os 145% em alguns sectores.

Segundo a Jing Daily, a maioria das grandes casas de moda continua a afirmar que a produção é feita maioritariamente na Europa. Marcas como Chloé, Valentino, Tom Ford, Bvlgari, Mulberry e Stella McCartney mantêm produção em Itália; Goyard e Delvaux em França; e outras, como a britânica Anya Hindmarch, no Reino Unido. No entanto, os consumidores parecem mais inclinados a acreditar em vídeos virais do que em etiquetas — sobretudo quando a promessa é acesso, transparência e preço justo.

 




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